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IRB (IRBR3): Ação dispara 24% e chega a R$ 1; ‘Vender papel começa a ficar perigoso’, diz BTG

21 dez 2022, 18:30 - atualizado em 21 dez 2022, 18:48
IRB
O IRB registrou lucro líquido pela primeira vez desde janeiro (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

O investidor de IRB (IRBR3) lava a alma na sessão nesta quarta-feira (21), com a ação fechando em disparada de 24,7%, a R$ 1,01.

A boa notícia veio dos números do mês de outubro. A empresa reportou lucro líquido de R$ 6,4 milhões em outubro, comparado a um prejuízo de R$ 84,8 milhões no mesmo período do ano passado, de acordo com relatório periódico enviado à Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Nos primeiros 10 meses de 2022, no entanto, a companhia acumula prejuízo líquido de R$ 585,2 milhões, ante um prejuízo líquido de R$ 396,6 milhões no mesmo período de 2021.

Segundo o BTG Pactual, surpreendentemente o IRB registrou lucro líquido pela primeira vez desde janeiro.

“Embora a situação do IRB permaneça complexa, e apesar de nossa capacidade prejudicada de prever com precisão os números de novembro e dezembro, o resultado de outubro é claramente uma boa notícia. Continuamos cautelosos com a ação, mas vender IRBR3 pode começar a se tornar mais perigoso”, coloca.

A recomendação do BTG é neutra, com preço-alvo de R$ 0,90.

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Saída do buraco do IRB?

O BTG diz que, com base nas reuniões com a BB Seguridade (BBSE3), os resultados de subscrição de agronegócio estão superando as expectativas, o grande vilão do IRB nos meses anteriores.

“Mais recentemente, os preços dos prêmios dispararam (principalmente para resseguradoras) e a sinistralidade também superou. Se isso for verdade, o IRB poderá registrar um lucro líquido decente em algum momento do próximo ano”, coloca.

Além disso, o novo CEO pode dar um gás para a companhia. Marcos Falcão foi eleito para a presidência do IRB no mês passado após renúncia de Raphael de Carvalho, e disse que 2022 foi um ano marcado por grandes sinistros.

“O novo CEO deve acelerar a agenda de corte de custos, simplificando ainda mais as operações do IRB e, com isso, tentar convencer as agências de rating a dar a ele mais alguns meses para reverter o caso de investimento”, completa.

Visibilidade continua ruim, mas melhorou

O BTG destaca, porém, que, após a pesada perda líquida do terceiro trimestre, o aumento de capital de R$ 1 bilhão pode ser insuficiente.

“A empresa continua com uma posição de solvência/capital muito apertada, o que a levou a ser rebaixada pela S&P, e a situação pode piorar se o IRB for rebaixado novamente, desta vez pela AM Best, ou mesmo outro degrau pela S&P”, discorre.

No começo do mês, a agência rebaixou o rating do IRB (IRBR3) de AAA para AA, com perspectiva negativa.

Assim, caso não apresente resultados positivos nos próximos meses, poderá ser necessário outro aumento de capital no início de 2023, prevê o BTG.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.