IRB (IRBR3): Ação cai forte nesta terça e volta ao patamar de centavos; vale ter em 2023?
As ações do IRB (IRBR3) recuaram forte nesta terça-feira (24), com os investidores digerindo os números divulgados pela resseguradora referentes a novembro de 2022.
A companhia apresentou prejuízo líquido de R$ 48,5 milhões no mês, montante menor que os R$ 65,3 milhões reportados em igual período de 2021.
Ainda assim, o IRB acumulou nos primeiros onze meses de 2022 perdas de R$ 633,7 milhões, alta de 24,2% no comparativo anual.
Além disso, o IRB teve queda nos prêmios emitidos tanto em novembro quanto no acumulado de janeiro a novembro.
O prêmio emitido pelo IRB totalizou R$ 542,4 milhões no 11º mês do ano passado, uma queda de 23,2% na comparação anual. O prêmio no Brasil caiu 6,9%, para R$ 402,8 milhões, enquanto o prêmio no exterior despencou 49%, a R$ 139,6 milhões.
Já no acumulado dos 11 primeiros meses, a companhia somou R$ 7,2 bilhões em prêmios emitidos, queda de 9,6% em relação ao mesmo período de 2021. O recuo foi puxado pelas operações no exterior, com o prêmio emitido mostrando redução de 26,8%, a R$ 2,3 bilhões.
No pregão de hoje, IRBR3 perdeu 8,82%, negociada a R$ 0,93.
2023, o ano do IRB?
O IRB começou bem 2023, após liderar as quedas do Ibovespa em 2022. No acumulado do ano até agora, a ação registra ganhos de aproximadamente 19%, tentando se recuperar do tombo de 78% dos 12 meses do ano passado.
Para o analista do Inter Research, Matheus Amaral, o mercado pode esperar resultados melhores do IRB em 2023, com a sinistralidade no ramo rural, um dos principais pontos que afetaram o balanço da companhia no segundo e no terceiro trimestre, começando a se normalizar.
Amaral ressalta, no entanto, que o IRB continua sensível a novos prejuízos, dado que a solvência regulatória segue apertada, mesmo após a oferta subsequente de ações de R$ 1 bilhão.
Na avaliação do analista, o desafio do IRB será manter “uma boa evolução” nos prêmios emitidos no Brasil para compensar a estratégia de redução de exposição no exterior.
Para Leo Dutra, da Invius Research, enquanto os contratos de cauda longa continuarem com impactos significativos no resultado da empresa, “não devemos ter uma perspectiva tão positiva para os próximos meses”.
Sobre os dados recém-divulgados pelo IRB, analistas do Citi avaliam que, se a companhia continuar reportando um índice de sinistralidade elevado (96% em novembro de 2022 e 104,7% entre janeiro e novembro de 2022) e mais perdas, “nos perguntamos se a adequação de capital pode mais uma vez ser colocada em risco”.
O Citi reiterou a recomendação “neutra” para os papéis da resseguradora.
Na atualização mais recente da tese, o BB Investimentos recomendou vender IRBR3, citando o risco de uma nova emissão de ações se tornar necessária caso os índices de liquidez da companhia se desenquadrem novamente nos próximos trimestres, “o que causaria nova diluição dos acionistas que não participarem da eventual subscrição”.
Grupamento de ações
O IRB viu suas ações atingirem mínimas históricas no último ano, chegando a ser negociado abaixo de R$ 1 por vários pregões seguidos.
Para levantar o preço do papel, acionistas aprovaram o grupamento de ações na proporção de 30 para 1, a ser efetivado em 25 de janeiro.
Com informações da Reuters.