IRB amplia assentos no conselho de administração, com eleição de Hugo Castillo
Ainda sob o impacto da investigação interna que detectou diversas irregularidades financeiras e do balanço do primeiro trimestre, que desagradou o mercado, o IRB (IRBR3) elegeu Hugo Daniel Castillo como o nono membro do conselho de administração.
Sua chegada atende ao objetivo de ampliar de oito para nove o número de assentos no colegiado que comanda a resseguradora, cumprindo, assim, a decisão da assembleia de acionistas realizada em 23 de junho.
Castillo tem 40 anos de atuação no mercado de resseguros. Seu último posto foi na General RE Argentina, onde liderava a área de contratos P&C (property & casualty) na América Latina, Espanha e Portugal. Também conta com passagens pela Munich RE Canadá, Bradesco Seguros e SulAmérica (SULA11).
O IRB também confirmou a promoção de Isabel Blázquez Solano para o cargo recém-criado de vice-presidente executiva de resseguros. Solano ingressou no IRB em 2013 e atua, até o momento, como diretora internacional de subscrição. Sua posse, contudo, ainda depende de aprovações da Susep (Superintendência de Seguros Privados).
Desventuras em série
Desde que o IRB instaurou uma auditoria interna para apurar irregularidades cometidas pela gestão anterior, a resseguradora vem afugentando os investidores. O último capítulo ocorreu nesta terça-feira (30), com a divulgação do balanço do primeiro trimestre.
O lucro líquido caiu 92% no primeiro trimestre de 2020, a R$ 13,874 milhões, na comparação com o mesmo período do ano passado. O número ficou bem abaixo das expectativas e motivou comentários desabonadores de analistas de mercado.
Os mais contundentes vieram do Credit Suisse, que divulgou dois relatórios sobre a empresa ontem, ambos obtidos pelo Money Times.
No primeiro, assinado por Marcelo Telles, Otavio Tanganelli e Alonso Garcia, o banco afirma que “o IRB é negociado, atualmente, por um P/L (Preço-Lucro) de 3,1 vezes, precificando-o num ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) muito maior do que aquele que a empresa parece ser capaz de gerar.”
No fim da noite, o segundo relatório foi ainda mais incisivo, ao derrubar o preço-alvo das ações de R$ 43 para R$ 7,50, aproximadamente 32% abaixo do valor atual. A recomendação para os papéis passou de neutra para underperform (venda).
O IRB também anunciou, ontem, a contratação do Bradesco BBI e do Itaú BBA para estruturar um possível aumento de capital, com o objetivo de se enquadrar nas exigências da Susep. Como se sabe, a autarquia detectou insuficiência de recursos do IRB para cobrir as provisões técnicas exigidas.
Veja o comunicado ao mercado divulgado pelo IRB neste 1º de julho.