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IRB: 6 bombas que arrasaram as ações neste ano (e ainda estamos em maio)

11 maio 2020, 14:18 - atualizado em 11 maio 2020, 15:27
IRB IRBR3
Cada dia, uma agonia: em 2020, IRB vive uma crise a cada duas semanas e meia (Imagem: Google Mapas)

A decisão da Susep (Superintendência de Seguros Privados) de submeter o IRB (IRBR3) a um regime de fiscalização especial é apenas a mais recente bomba a estourar na resseguradora neste ano, afundando ainda mais o valor de mercado da resseguradora.

Até a sexta-feira (08), as ações já valiam 77% menos do que no último pregão de 2019.

Em valores, isso significa passar de R$ 38,95, em 30 de dezembro, para R$ 9,09, há três dias. Agora, sob o impacto do fato relevante divulgado na manhã desta segunda-feira (11), outra forte queda atormenta os investidores.

Por volta das 13h10, as ações do IRB despencavam 13,83% e eram cotadas a R$ 7,79, enquanto o Ibovespa, principal indicador do pregão, caía 0,41%, para os 79.932 pontos.

Este é o sexto evento a destruir valor para os acionistas, apenas neste ano. Veja, a seguir, os fatos que causaram as maiores quedas na cotação do IRB na B3 nestas 18 semanas e cinco dias de 2020.

1. Warren Buffett nega interesse no IRB

Em 03 de março, o megainvestidor Warren Buffett publicou uma nota ao mercado, na qual negava ter qualquer participação acionária na resseguradora brasileira. Indo além, afirmou que não tem interesse nenhum em investir na companhia.

O objetivo era desmentir uma informação publicada, no final de fevereiro, pela Coluna Broadcast do jornal O Estado de S.Paulo. O jornal dizia que Buffett havia triplicado sua fatia na empresa. O prestígio de Buffett foi suficiente para que a ação nos dias seguintes.

O desmentido levou a uma troca de acusações entre o jornal e a diretoria do IRB, que teria vazado o relatório no qual a notícia se baseou.

Seja lá quem esteja certo, o fato é que os investidores não gostaram nada. Nos dias 03 e 04 de março, as ações perderam 37%.

2. Nada de auditoria nos balanços

Em 05 de março, a diretoria do IRB realizou uma teleconferência com analistas de mercado, a fim de acalmar os ânimos. Na ocasião, os diretores afirmaram que haveria uma investigação minuciosa sobre o boato da participação de Buffett no capital da resseguradora.

Mas, os analistas também aproveitaram para perguntar sobre um fantasma que assombra o IRB desde o fim do ano passado, quando a gestora de investimentos Squadra o torpedeou com um relatório em que questionava práticas contábeis.

Nem te quero: Buffett não tem, nem pretende ter, ações do IRB (Imagem: Reuters/Scott Morgan)

Na teleconferência, a direção assegurou que não havia nada de errado e que, portanto, não haveria novas auditorias nas contas dos exercícios passados. As declarações não foram capazes de conter a desvalorização dos papéis.

A crise de confiança culminou na renúncia do então presidente executivo, José Carlos Cardoso, e do então vice-presidente de Finanças, Fernando Passos. Entre 5 e 11 de março, as ações acumularam queda de 35%.

3. Investigação da Polícia Federal

Em 12 de março, ainda sem se recuperar do caso Buffett e sem convencer os investidores de que sua contabilidade estava em ordem, a sede do IRB amanheceu com a Polícia Federal batendo à porta.

A Operação Suitcase apura o envolvimento do ex-vice-presidente de Finanças, Fernando Passos (demitido dias antes) em esquemas de corrupção ativa e passiva.

O azedume do mercado com a notícia levou as ações a derreterem 41% entre os dias 12 e 18 de março.

4. Renúncia de membros do conselho de administração

Em 1º de abril, Maria Elena Bidino e Mário Azevedo renunciaram a seus assentos no conselho de administração da resseguradora – a primeira, como membro efetivo; o segundo, como suplente. Era mais uma defecção na cúpula do IRB, que já havia perdido seu presidente, Ivan Monteiro, e Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica.

Polícia Federal
Suspeitas: ex-vice-presidente de Finanças do IRB é investigado pela Polícia Federal (Imagem: Facebook/Polícia Federal)

A repercussão começou no dia seguinte. Entre 02 e 03 de abril, os papéis perderam 7,8% de valor.

5. Retirada do guidance de 2020

A deterioração da economia, causada pelo coronavírus, também pesou sobre a companhia. Em 23 de abril, a resseguradora retirou seu guidance de 2020 (conjunto de metas que perseguiria), alegando que o cenário tornara-se incerto demais.

Embora muitas empresas, de diversos setores, tenham feito o mesmo, o mau humor do mercado com a companhia se manifestou por uma forte queda das ações. Nos dias 23 e 24 de abril, o papel perdeu 17% do valor.

6. Fiscalização da Susep

A última dor de cabeça dos acionistas é a decisão da Susep de submeter a empresa a uma fiscalização especial, a fim de apurar as provisões técnicas. Não há prazo para o trabalho, mas o IRB informa que a situação será resolvida, assim que os ativos apresentados como provisão se enquadrarem nos critérios técnicos das autoridades.

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