Irã reduz número de centrífugas que enriquecem urânio a 60% de pureza, diz AIEA
O Irã reduziu o número de centrífugas para enriquecer urânio a 60% de pureza em uma usina em Natanz, indicou um relatório da agência reguladora nuclear da ONU visto pela Reuters nesta quinta-feira.
O Irã anunciou a mudança para 60%, um grande passo em direção ao grau necessário para uso militar em relação aos 20% atingidos anteriormente, em resposta a uma explosão e corte de energia em Natanz na semana passada, pela qual Teerã culpa Israel.
A medida tomada pelo Irã complicou as atuais negociações indiretas com os Estados Unidos para resgatar o acordo nuclear firmado com grandes potências globais. Washington se retirou do pacto e restabeleceu sanções contra o Irã em 2018, no governo do ex-presidente Donald Trump; o Irã respondeu em 2019 quebrando as restrições do acordo sobre suas atividades nucleares.
“No dia 21 de abril de 2021, a agência verificou que o Irã havia alterado o modo no qual está produzindo UF6 enriquecido até 60% U-235 na PFEP”, diz o relatório da AIEA, em referência à Planta Piloto de Enriquecimento de Combustível (PFEP) em Natanz, e ao hexafluoreto de urânio, a forma na qual o urânio é alimentado nas centrífugas de enriquecimento.
O Irã está agora utilizando um conjunto de centrífugas IR-6 para realizar o enriquecimento em até 60% e alimentando as caudas, ou o urânio empobrecido, pelo processo em um conjunto de máquinas IR-4 para enriquecer o material em até 20%, diz o documento. O conjunto de IR-4 estava sendo utilizado anteriormente para fazer o enriquecimento em até 60%.
O relatório da Agência Internacional de Energia Atômica não diz o motivo de o Irã ter feito a mudança, e não informa quantas centrífugas há em cada conjunto de máquinas. O relatório anterior, em fevereiro, dizia que havia 119 centrífugas no conjunto IR-4 e 133 no IR-6.