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Irã pede que eleitores votem em eleição presidencial na sexta-feira

17 jun 2021, 11:17 - atualizado em 17 jun 2021, 11:17
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O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, já pediu ao povo que compareça em grandes números, dizendo que isto evitaria pressões estrangeiras sobre a República Islâmica (Imagem: Majid Asgaripour/WANA (West Asia News Agency) via REUTERS)

O presidente do Irã apelou aos eleitores para que deixem de lado suas queixas e votem na eleição presidencial de sexta-feira, que se acredita que será boicotada por um número recorde de pessoas devido às adversidades econômicas e à frustração com o governo linha-dura.

O chefe linha-dura do Judiciário, Ebrahim Raisi, e o ex-presidente do Banco Central e moderado Abdolnasser Hemmati, são os principais concorrentes desde que o Conselho dos Guardiães desqualificou vários candidatos proeminentes e outros desistiram.

Relativamente moderado, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, pediu aos iranianos nesta quinta-feira, quando a campanha terminou, que não deixem as “limitações de uma instituição ou um grupo” impedi-los de votar, uma referência aparente ao Conselho dos Guardiães.

“Por ora, não pensemos em queixas amanhã”, disse Rouhani em comentários televisionados.

O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, já pediu ao povo que compareça em grandes números, dizendo que isto evitaria pressões estrangeiras sobre a República Islâmica.

Pesquisas de opinião oficiais indicam que o comparecimento pode baixar para 41%, consideravelmente menos do que em eleições anteriores.

Além da revolta com a desqualificação de moderados destacados, as queixas incluem adversidades econômicas exacerbadas por sanções dos Estados Unidos, corrupção oficial, má administração e uma repressão a protestos de 2019 desencadeados pelo aumento de preços do combustível.

O abate acidental de um avião ucraniano no Irã em janeiro do ano passado, que matou 176 pessoas, também minou a confiança pública.

“Votar seria um insulto à minha inteligência”, disse Fatemeh, de 55 anos, recusando-se a informar o sobrenome por medo de represálias. “Raisi já foi selecionado pelo governo, não importa em quem votemos.”