Irã pede que eleitores votem em eleição presidencial na sexta-feira
O presidente do Irã apelou aos eleitores para que deixem de lado suas queixas e votem na eleição presidencial de sexta-feira, que se acredita que será boicotada por um número recorde de pessoas devido às adversidades econômicas e à frustração com o governo linha-dura.
O chefe linha-dura do Judiciário, Ebrahim Raisi, e o ex-presidente do Banco Central e moderado Abdolnasser Hemmati, são os principais concorrentes desde que o Conselho dos Guardiães desqualificou vários candidatos proeminentes e outros desistiram.
Relativamente moderado, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, pediu aos iranianos nesta quinta-feira, quando a campanha terminou, que não deixem as “limitações de uma instituição ou um grupo” impedi-los de votar, uma referência aparente ao Conselho dos Guardiães.
“Por ora, não pensemos em queixas amanhã”, disse Rouhani em comentários televisionados.
O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, já pediu ao povo que compareça em grandes números, dizendo que isto evitaria pressões estrangeiras sobre a República Islâmica.
Pesquisas de opinião oficiais indicam que o comparecimento pode baixar para 41%, consideravelmente menos do que em eleições anteriores.
Além da revolta com a desqualificação de moderados destacados, as queixas incluem adversidades econômicas exacerbadas por sanções dos Estados Unidos, corrupção oficial, má administração e uma repressão a protestos de 2019 desencadeados pelo aumento de preços do combustível.
O abate acidental de um avião ucraniano no Irã em janeiro do ano passado, que matou 176 pessoas, também minou a confiança pública.
“Votar seria um insulto à minha inteligência”, disse Fatemeh, de 55 anos, recusando-se a informar o sobrenome por medo de represálias. “Raisi já foi selecionado pelo governo, não importa em quem votemos.”