Corretoras

IPO da XP: Avenue ativou 7 mil contas em uma semana

12 dez 2019, 0:53 - atualizado em 12 dez 2019, 0:58
XP Inc
As ações da corretora brasileira decolaram quase 28%, a US$ 34,46 (Imagem: Nasdaq)

A corretora americana Avenue Securities, fundada pelo brasileiro Roberto Lee, abriu aproximadamente sete mil contas na semana que antecedeu ao IPO da XP Inc. (XP) na Nasdaq. Já são 32 mil clientes investindo por meio da Avenue.

As ações da corretora brasileira decolaram quase 28%, a US$ 34,46, após terem sido precificadas a US$ 27 – acima do intervalo proposto pelos coordenadores, que estava entre US$ 23 e US$ 25.

“Sempre que tem a oferta de uma empresa internacional ou muito conhecida, a busca por informações sobre a abertura de conta cresce. Foi assim com o  Uber (UBER), PagSeguro (PAGS) e outras. Mas nunca tínhamos visto um movimento tão intenso de procura como foi desta vez com a XP”, aponta Lee em uma entrevista concedida ao Money Times.

Após a alta de hoje, a XP Investimentos passou a ser avaliada pelo mercado em US$ 19,015 bilhões.

Roberto Lee: “Nunca tínhamos visto um movimento tão intenso” (Imagem: Avenue/Divulgação)

Segundo ele, o número de contas abertas por dia multiplicou por quase 10 na última semana. “E muito mais intenso no Brasil do que nos outros países que a gente atende, como Chile e Colômbia”, indica.

Entre todas as contas abertas, 95% declarou nunca ter feito investimento no exterior.

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Renda variável na moda

Lee entende que o movimento é resultado de um apetite que não é só do brasileiro, mas do investidor do mundo inteiro, pelo mercado americano de investimentos. “Em um mundo de juro muito baixo, as pessoas buscam a renda variável. E o maior mercado é os Estados Unidos”, ressalta.

“É onde as empresas estão vindo se listar e os investidores estão vindo buscar oportunidades de investimentos. Isto tem acontecido no mundo inteiro, mas como a região da América Latina está mais atrasada, este movimento tem ficado mais intenso”, conclui.

CVM

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apontou nesta quarta-feira (12) que está disposta a permitir que qualquer investidor brasileiro negocie ações de empresas listadas no exterior por meio dos BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Uma proposta foi colocada em audiência pública.

A minuta divulgada no site da CVM hoje propõe alterações em quatro pontos das regras atuais.

O primeiro é a própria definição de “emissor estrangeiro”, isto é, que agentes podem ter BDRs adquiridos por brasileiros. Atualmente, só é considerado “emissor estrangeiro” quem possui a maior parte das receitas e ativos fora do Brasil.

Papeis de empresas estrangeiras poderiam ser negociados no Brasil por investidores locais (Imagem: B3/Youtube)

A CVM pretende, agora, mudar a regra e permitir que empresas que têm o Brasil como o maior mercado (em receitas e em ativos) também sejam classificadas como emissores externos.

Outro ponto importante é a permissão para que todo investidor brasileiro adquira BDRs, e não apenas os qualificados. Com isso, o mercado para papéis estrangeiros seria ampliado fortemente, e os interessados poderiam diversificar ainda mais seu portfólio, diante das baixas taxas de juros locais.