IPO da Mater Dei: vale a pena comprar as ações?
Com previsão para estrear na B3 (B3SA3) nesta semana, a Mater Dei (MATD3) destaca-se como líder de mercado em Minas Gerais. A companhia é considerada a maior rede de hospitais do estado, detendo 18% do total de leitos privados na região metropolitana de Belo Horizonte, onde possui três unidades.
Até o fim do ano passado, a Mater Dei possuía 1.081 leitos hospitalares (541 operacionais e 541 construídos, mas ainda não operacionais) distribuídos entre seus hospitais Mater Dei Santo Agostinho, Mater Dei Contorno e Mater Dei Betim-Contagem. Sua quarta unidade está sendo construída na cidade de Salvador, Bahia, com capacidade para 367 leitos hospitalares e um centro médico com mais de 10 mil m² de área construída. Com isso, a empresa mostra que está em expansão, entrando em mercados ainda não explorados (no caso, o Nordeste).
Mas vale a pena comprar as ações? A Levante chegou à conclusão de que não é bom entrar na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da Mater Dei.
O motivo principal diz respeito ao tamanho da empresa. Mesmo tendo um modelo de negócios bem estruturado, com ecossistema integrado, boa gestão e elevados níveis de performance dos serviços, a Mater Dei ainda é uma empresa de atuação regional.
“Sem uma forte presença nacional como a Rede D’Or (RDOR3) e Hapvida (HAPV3)/NotreDame Intermédica (GNDI3), seus múltiplos podem ser considerados elevados no preço pretendido na oferta”, disse a Levante. Na faixa de preço da oferta de R$ 21,80 a R$ 26,20, o valor de mercado da Mater Dei ficará entre R$ 7,7 bilhões e R$ 9,3 bilhões.
Segundo a Levante, existe ainda um alto risco de execução da estratégia de crescimento da Mater Dei, que pretende destinar 80% dos recursos levantados no IPO para aquisições.
“A companhia não tem experiência em M&A (fusões e aquisições). Dessa forma, a oferta deveria vir com um desconto maior em relação às ações da Rede D’Or e Hapvida/Intermédica em termos de múltiplos EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda)”, reforçou.
A Mater Dei também deve enfrentar uma concorrência maior no seu principal mercado de atuação, que é Belo Horizonte. Todos os players têm operação verticalizada e 60% das empresas operadoras de planos de saúde não são clientes da companhia.
O período de reservas para investidores não institucionais comprarem as ações da Mater Dei termina nesta terça-feira.