IPO da C&A tem demanda que supera oferta em três vezes, diz Estadão
Vista com desconfiança pelo mercado e não recomendada por grande parte dos analistas, a oferta inicial de ações da C&A (CEAB3) já encontra demanda que supera em três vezes o volume que será posto à venda, isso faltando três dias para a precificação, marcada para a quinta-feira, dia 24. As informações são da edição desta terça-feira, da Coluna do Broadcast, do jornal O Estado de S.Paulo.
A publicação lembra que a faixa indicativa de preço apresentada no prospecto, entre R$ 16,50 a R$ 20,00, indica valores com desconto em relação às principais concorrentes, como Lojas Renner (LREN3), mas também como para a Guararapes (GUAR3), que é dona da rede Riachuelo.
O prospecto da C&A não traz a previsão de restrição de venda dos papéis ao varejo após o IPO, o chamado lock-up, indo em sentido oposto ao que fez a Vivara (VIVA3) e ao que pretende fazer o Banco BMG (BMGB11), que também precifica seus papéis na quinta-feira. Esse público poderá ficar com até 20% do volume das ações.
Não recomendada
Na sexta-feira, a Investing.com publicou reportagem ouvindo analistas de mercado sobre o oferta da C&A, sendo que eles foram unânimes em apontar que a operação da varejista é cara e arriscada. Um dos pontos negativos, por exemplo, é o fato de 94% dos recursos que forem obtidos com o IPO serão destinados aos acionistas controladores e não revertidos ao caixa da companhia.
No valuation da Levante, Eduardo Guimarães calcula um preço/lucro de 20,1x em 2020 se o IPO sair no ponto médio de R$ 18,25 por ação. “Múltiplo elevado se comparado às empresas Lojas Renner (26,5x) e Guararapes (17,0x)”.
Nas contas da Eleven, o preço-alvo para a CEAB3 fica em R$ 22,10, upside de 34% no piso de R$ 16,50 da faixa de preços. “Consideramos a entrada no IPO atraente apenas na faixa inferior do intervalo de, em função do nível de risco envolvido”, escreveu a analista Giovana Scottini.