Ipea ratifica que PIB menor do agro se arrasta desde o 3º tri sobre as mesmas cadeias
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) ratifica a queda do ‘PIB agropecuário’ em 2021, dentro do padrão de recuo das cadeias setoriais agregadas visto no 3º trimestre pelo IBGE e que ajudou a amortecer a riqueza somada do Brasil em menos 0,1%.
Como Money Times publicou em 2 de dezembro, haveria arrasto para 4º trimestre do ano, consubstanciando, portanto, que o segundo semestre foi o mais impactante para o agronegócio. Daí que o Ipea reviu menos 1,2% (antes previa +1,2%) sua estimativa para o valor adicionado (VA) do agronegócio.
O milho de segunda safra teve uma quebra importante, tanto como o café, culturas que impactam mais o cenário econômico a partir de julho.
O grão da bebida até que teve preços de exportações muito valorizados, mas os volumes embarcados foram menores, inclusive por problemas logísticos que perduram.
O cereal, porém, vem obtendo baixos resultados externos, tanto em demanda quanto em cotações. De fevereiro a novembro o Brasil exportou 14,7 milhões de toneladas, contra 28 milhões/t do mesmo período de 2020.
A sucronenergia foi outro importante setor que carregou para o segundo semestre seu maior prejuízo com a quebra para 515 a 520 milhões de toneladas de cana (605 milhões/t no ciclo anterior), diminuindo o ritmo de produção e exportação de açúcar, apesar de algumas máximas de preços, bem como do etanol.
Ainda considerando que a safra parou mais cedo, portanto com praticamente zero influência positiva de produção nos meses de novembro e dezembro.
Por fim, a carne bovina está entre os casos mais emblemáticos. Além do menor abate de animais no 3º trimestre, houve o carrego da paralisação das exportações para a China desde o começo de setembro e que só foram liberadas nesta quarta (15).
Se o baque nas contas do agronegócio já foi sentido no trimestre passado, com apenas o último mês do período sem vendas à China, o peso maior foi descarregado nestes últimos três meses do ano.
Pode-se contabilizar, por baixo, mais de US$ 2 bilhões de prejuízos só na ponta dos frigoríficos, somados às perdas de valores pagos aos animais nesse período.
Também nessa conta menor da riqueza do agro entra o setor da laranja e suco, embora com peso bem menor que os demais.