IPCA: Títulos atrelados à inflação ainda valem a pena neste fim de ano?

Recentemente, os títulos atrelados à inflação vem sofrendo com o arrefecimento do IPCA e com a queda da taxa de juros. No último boletim Focus, a projeção para o IPCA em 2023 caiu de 4,54% para 4,51%, enquanto para 2024 teve um leve aumento de 3,92% para 3,93%.

Com este cenário desenhado, os investidores se questionam se os prêmios deste tipo de papel se mantém atrativo neste final de ano. Para responder este questionamento, o Money Times conversou com especialistas da área para entender quais são as melhores opções.

Apesar deste contexto, os profissionais afirmam que os prêmios reais ofertados nos títulos IPCA + seguem em patamares atrativos. Isso porque, com uma possível aceleração do corte de juros, é possível observar uma expectativa de inflação mais elevada para os anos seguintes, o que beneficiaria a rentabilidade desses ativos.

• Inflação sobe 0,28% em novembro; ainda vale a pena investir em títulos indexados ao IPCA? Confira o que recomenda o analista Matheus Spiess no Giro do Mercado desta terça-feira (12), é só clicar aqui:  

Quais são os melhores títulos para investir? 

Pedro Sant’Anna, executivo da Allu Invest, analisa que neste cenário, os títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação se tornam mais atraentes. Para ele, oferecem proteção contra a desvalorização do poder de compra, uma vez que seus rendimentos estão vinculados à variação do IPCA, mais uma taxa de juros real.

Sant’Anna também aposta na diversificação de investimentos que utilizem este mesmo indexador na renda fixa para obter ganhos com um pouco mais de risco.

“O momento destaca a importância de olhar para outras formas de investimento e não se prender em apenas uma estratégia. A diversificação é a pedra angular de qualquer plano de investimento bem-sucedido. Por isso, é essencial avaliar, cuidadosamente, as opções disponíveis e escolher aquelas que se alinham com seus objetivos financeiros e tolerância ao risco”, explicou o executivo.

Já o analista da Toro Investimentos, Rodrigo Caetano, destaca que os títulos no curto prazo isentos do Imposto de Renda podem ser uma boa alternativa, visto que no curto prazo as alíquotas de IR são mais elevadas, podendo penalizar a rentabilidade líquida do investidor. Já no longo prazo, o profissional indicou títulos públicos, CRI, CRA e debêntures (simples e incentivadas).

Caetano lembra que os títulos IPCA+ só perderão atratividade, se as projeções futuras de inflação sofrerem uma retração relevante e a soma do IPCA mais o prêmio ofertado sejam inferiores as taxas prefixadas ofertada.

Para quem já tem títulos IPCA+ vale a pena resgatar antes do vencimento?

A venda dos papel de forma antecipada só vale a pena, segundo o analista da Toro, caso o cliente esteja auferindo ganhos devido ao fechamento da curva de juros, o que beneficiaria uma saída no secundário via a marcação a mercado.

Vale ressaltar que a marcação a mercado é o movimento de ajuste do preço de ativos financeiros em resposta à movimentação das estimativas de juros do mercado. Isso significa que o preço dos ativos é ajustado de acordo com as condições do mercado em tempo real, refletindo as mudanças nas percepções de risco e nas taxas de juros.

“Porém o investidor deve avaliar também a disponibilidade de títulos no mercado, pensando no risco de reinvestimento do capital“, explica Caetano.