Economia

IPCA sobe 0,52% em dezembro, fecha 2024 a 4,83% e estoura a meta

10 jan 2025, 9:01 - atualizado em 10 jan 2025, 9:19
inflação ipca 2024
Inflação fecha 2024 acima do teto da meta (Imagem: Brenda Beth/Getty Images)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, subiu 0,52% em dezembro — apontando para uma aceleração em relação à alta de 0,39% apurada em novembro.

O indicador veio levemente abaixo das projeções do mercado, que apontavam para um avanço de 0,53%, segundo o Broadcast.

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10), o IPCA fechou 2024 em 4,83% e estourou a meta perseguida pelo Banco Central. A expectativa era de um avanço acumulado de 4,84%.

Os maiores impactos sobre a inflação de 2024 vieram do grupo de alimentação e bebidas, que acumulou alta de 7,69% em 12 meses e contribuiu com 1,63 ponto percentual (p.p.).

Além disso, as elevações nos preços em saúde e cuidados pessoais (6,09%) e transportes (3,30%) também tiveram impactos significativos (de 0,81 p.p. e 0,69 p.p., respectivamente).

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Os grupos do IPCA

Entre os 377 subitens que têm os preços considerados no cálculo do IPCA, a gasolina exerceu o maior impacto (0,48 p.p.) individual sobre a inflação do ano passado, acumulando alta de 9,71% no ano.

Em segundo lugar, veio o plano de saúde, que subiu 7,87% em 12 meses e contribuiu com 0,31 p.p. A seguir, entrou a refeição fora do domicílio, com alta de 5,70% em um ano e impacto de 0,20 p.p.

Outro subitem em destaque foi o café moído, que teve o quarto maior impacto individual (0,15 p.p.) e acumulou alta de 39,60%.

Por outro lado, subitens com preços mais voláteis, como as passagens aéreas, ajudaram a puxar a inflação para baixo, com queda de 22,20% em 2024 e impacto de -0,21 p.p. O tomate e a cebola também fecharam o ano com queda nos preços (-25,86% e -35,31%, respectivamente) e ambos tiveram o mesmo impacto (-0,07 p.p.) sobre o índice.

Inflação rompe a meta de 2024

O IPCA rompeu a meta perseguida pelo BC no ano — de 3%, com uma banda de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Com isso, o novo presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, deverá escrever uma carta para o Congresso explicando o motivo dos preços terem fechado o ano acima do patamar estabelecido.

Vale lembrar que, em 2025, entra em vigência a nova sistemática da meta, que considera a variação do inflação mês a mês. A partir de agora, a autoridade monetária precisará se justificar caso o índice acumulado em 12 meses ultrapasse a meta por seis meses consecutivos.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.