Economia

IPCA sobe 0,44% em setembro e vai a 4,42% em um ano

09 out 2024, 9:03 - atualizado em 09 out 2024, 11:19
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IBGE divulgou o IPCA de setembro, inflação oficial do Brasil, nesta quarta (Imagem: Rafael de Matos Carvalho/Canva)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, subiu 0,44% em setembro — apontando para uma aceleração em relação à queda de 0,02% apurada em agosto.

A expectativa do mercado, segundo o Investing.com, era de um avanço de 0,46% no mês.

O resultado foi influenciado pela alta na habitação (1,80%), após aumento nos preços da energia elétrica residencial, que passou de -2,77% em agosto para 5,36% em setembro. O grupo de alimentação e bebidas (0,50%), que subiu depois de dois meses consecutivos de quedas, também foi destaque.

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (9), o IPCA avança 3,31% nos nove primeiros meses do ano — frente à 2,85% em agosto.

O indicador também acelerou a alta acumulada em 12 meses até setembro para 4,42%, de 4,24% no mês anterior.

A inflação em um ano voltou a se aproximar do teto da meta perseguida pelo Banco Central em 2024, de 3% com intervalo de 1,50 ponto percentual.

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Os grupos do IPCA

O gerente da pesquisa do IBGE, André Almeida, destaca a influência da bandeira tarifária da energia elétrica residencial nos resultados do grupo habitação. O item exerceu impacto de 0,21 ponto percentual (p.p.) no índice geral.

“A mudança de bandeira tarifária de verde em agosto, onde não havia cobrança adicional nas contas de luz, para vermelha patamar um, por causa do nível dos reservatórios, foi o principal motivo para essa alta. A bandeira vermelha patamar um acrescenta R$ 4,46 aproximadamente a cada 100kwh consumidos”, afirma.

Já o grupo de alimentação e bebidas registrou alta de 0,50%, com aumento de preços na alimentação no domicílio (0,56%). André salienta que esse resultado foi influenciado, em grande parte, pelo aumento nos preços da carne bovina e de algumas frutas, como laranja, limão e mamão.

“Falando especificamente das carnes, a forte estiagem e o clima seco foram fatores que contribuíram para a diminuição da oferta. É importante lembrar que tivemos quedas observadas ao longo de quase todo o primeiro semestre de 2024, com alto número de abates. Agora, o período de entressafras está sendo intensificado pela questão climática”, diz.

A alimentação fora do domicílio, com alta de 0,34%, registrou variação próxima à de agosto (0,33%). O subitem refeição desacelerou de 0,44% para 0,18%, enquanto o lanche acelerou de 0,11% para 0,67%.

Por outro lado, a queda mais intensa (-0,31%) e com maior impacto (-0,03 p.p.) veio de despesas pessoais. O subitem cinema, teatro e concertos registrou queda de 8,75% e impacto de -0,04 p.p. no índice geral.

*Com informações da Agência IBGE