Na visão de Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, apesar do dado ter vindo ligeiramente acima do esperado, o dado veio em linha com o esperado, sem grandes novidades.
Para o analista, com a pressão vinda do segmento de alimentos, os serviços subjacentes seguem em queda — esse no qual, é um item que já está no radar do presidente do BC, Roberto Campos Neto. Com a desaceleração tanto na variação mensal quanto na anual, os juros futuros operam em leve queda.
“Caso o item de serviços subjacentes siga desacelerando, e o IPCA em si siga comportado e siga convergindo para a meta de inflação do BC, acredito que poderemos voltar a ter cortes de -0,50% na SELIC se o cenário externo, principalmente em relação à inflação americana, colaborar com isso, com uma desaceleração da economia por lá, e o FED iniciando os cortes de juros o quanto antes”, frisa Fernandes.
Andréa Angelo, estrategista inflação da Warren Investimentos, aponta que, devido ao dado vir em linha com o esperado, mostra núcleos e serviços entrando em uma “janela boa e temporária” de desaceleração.
Segundo ela, o grupo de serviços subjacentes apresentar alta de 0,32%, significa para uma porcentagem de 4,80% em dessazonalização e anualização.
“Para frente, por ora, esperamos IPCA de maio em 0,32% e 0,16% em junho. Vamos fazer alguns ajustes pontuais, no entanto, vale lembrar que a inflação de curto prazo poderá se mostrar muito volátil tendo em vista a difícil mensuração dos efeitos das enchentes no RS”, finaliza.