Economia

IPCA de janeiro não traz sinais de inflexão e XP vê todos componentes acima da meta em 2025

13 fev 2025, 11:55 - atualizado em 13 fev 2025, 11:55
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(Imagem: Getty Images)

A XP Investimentos projeta que todos os componentes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fiquem acima da meta em 2025. Apesar da leitura “um pouco melhor” na inflação de janeiro, o resultado não traz sinais de inflexão para o cenário inflacionário — “fundamentos altistas persistem”.

O índice de preços subiu 0,16% no primeiro mês de 2025 e acumula alta de 4,56% em 12 meses, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (11).

“É verdade que enxergamos uma desaceleração da economia este ano, mas o impacto desinflacionário deverá ser sentido principalmente em 2026, uma vez que o mercado de trabalho seguirá aquecido e o hiato do produto não se tornará negativo no curto prazo”, diz o economista Alexandre Maluf.

O economista destaca que o segmento de serviços continuará pressionado ao longo do ano, refletindo um mercado de trabalho aquecido e salários reais em alta. A XP projeta um aumento de 6,5% no IPCA desse grupo, impulsionado por custos elevados em alimentação fora do domicílio, aluguéis e condomínio.

Além disso, passagens aéreas, que apresentaram queda em 2024, devem subir cerca de 20% neste ano. Setores intensivos em mão de obra, como educação e saúde, também devem registrar altas expressivas devido à forte demanda interna.

Já a inflação de bens industrializados teve uma surpresa baixista em janeiro, mas a tendência é de aceleração nos próximos meses. A depreciação cambial de 2024 ainda exerce influência sobre os preços, enquanto os índices de preços ao atacado permanecem elevados.

A casa projeta que a inflação desse segmento atinja 4,8% em 2025, acima dos 2,9% registrados no ano anterior. Bens duráveis, como automóveis e eletroeletrônicos, devem sofrer mais diretamente o impacto da valorização do dólar e da elevação de tarifas de importação.

A alimentação no domicílio, por sua vez, deve registrar um aumento de 9% no ano. O principal fator para essa alta é a valorização das proteínas, impulsionada pela demanda global e por uma oferta mais restrita, especialmente no setor pecuário. A projeção da XP indica que o preço do boi gordo pode chegar a R$ 400 no quarto trimestre, frente aos R$ 320 atuais.

Além disso, produtos importados, como trigo, também devem subir, enquanto bebidas, como café, sofrerão com choques de oferta negativos.

Os preços administrados também devem seguir pressionados, com alta projetada de 4,8% em 2025. A recente elevação dos preços do diesel pela Petrobras (PETR4) deve gerar efeitos secundários significativos sobre alimentos e bens industrializados. Outros itens, como transporte público, terão aumentos expressivos, com destaque para ônibus urbanos, que devem subir cerca de 8% no ano.

Por outro lado, o reajuste dos produtos farmacêuticos será menor do que o inicialmente esperado, com a projeção sendo reduzida de 6,5% para 4,5%.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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