IPCA: Mercado recebe alívio na inflação de março, apesar de surpresas altistas
A inflação do terceiro mês de 2024 ficou 0,67 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de fevereiro (0,83%), e abaixo das expectativas de alguns analistas.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,16% em março e 1,42% no ano.
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Dos nove grupos do IPCA, seis tiveram alta em março, com destaque para alimentação e bebidas — que registrou a maior variação (0,53%) e o maior impacto (0,11 p.p.).
IPCA de março fica abaixo do esperado
Vindo abaixo do esperado por alguns analistas, as altas se concentraram nos grupos de alimentação no domicílio, comunicação e transportes.
O estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, aponta que os dados fracos do mês “certamente terão impacto significativo sobre a curva nos próximos dias”.
Ele ainda destaca que mesmo com a queda, a política monetária continuará sendo restritiva. “Ao analisarmos a inflação, observamos uma menor disseminação dos aumentos de preços, o que é um indicativo positivo. A redução do índice de 57 para 55, embora aparentemente pequena, representa um patamar mais saudável”, pondera Cruz.
Diante destas observações, Cruz diz ser plausível esperar que tais indicadores favoreçam aqueles que defendem cortes mais expressivos por parte do Banco Central.
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Na visão de Rafael Costa, analista e integrante do time de estratégia macro da BGC Liquidez, o número de hoje não mudou muito a visão acerca do comportamento da inflação nesse ano.
Dessa forma, ainda há margem para os próximos meses registraram inflações atipicamente fortes nos preços da alimentação.
“Nesse rápido primeiro olhar, não achamos que vamos fazer grandes alterações nas nossas projeções de avanço do IPCA nos próximos meses. A projeção de abril especificamente pode aumentar, pois devemos incorporar um rebote altista nos preços industriais e uma inflação mais forte de alimentação”, frisa Costa.
Andréa Angelo, estrategista inflação da Warren Investimentos, já havia mencionado possíveis altas dos serviços subjacentes em análises anteriores. Dessa forma, os dados ficaram praticamente em linha com o esperado por ela, de 0,46%.
Para ela, isso será um “falso sinal”, visto que ainda é esperado que este grupo desacelere de forma mais contundente na leitura de abril.
“Para frente, por ora, esperamos IPCA de abril em 0,39% e 0,30% em maio. Vamos fazer alguns ajustes pontuais, mas o curto prazo não deve alterar de forma relevante. O ano pode ter mais ajustes, incorporando a surpresa de hoje, o efeito da MP da Eletrobrás e um possível reajuste na gasolina”, finaliza.