IPCA deve voltar a desacelerar em junho e alimentos serão ‘ponto chave’; veja o que esperar da inflação desta quarta (10)
A inflação de junho — que será divulgada às 9h desta quarta-feira (10) — deve desacelerar. No último Relatório Focus, os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) cortaram a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês passado de 0,33% para 0,32%.
Em maio, a inflação subiu 0,46% na variação mensal e 3,93% no acumulado em 12 meses. No período, o avanço de apenas 0,36% dos bens industriais compensou parcialmente a alta de 5,09% dos preços de serviços e de 6,09% nos preços administrados, ajudando a manter o índice próximo à meta.
Para o BTG Pactual, o IPCA deve subir 0,33% em junho. “Reduzimos nossas estimativas para a inflação […] de 0,34% para 0,33%. A revisão foi impulsionada principalmente pelas passagens aéreas”, explica o analista Bruno Balassiano.
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A atualização para baixo, entretanto, foi compensada pelos demais segmentos. Apesar da impressão de inflação alimentar menor que o esperado na prévia do IPCA, a quebra levou o banco a elevar as projeções de junho para o segmento.
O analista também aumentou as previsões para bens industriais, serviços essenciais e itens regulamentados para este mês, devido às surpresas ascendentes no IPCA-15. “Isso compensou a maior parte da revisão em baixa impulsionada pelas tarifas aéreas”, diz.
O estrategista de renda fixa do Itaú BBA, Lucas Queiroz, diz que a dúvida quanto à trajetória da inflação de alimentos é um dos ponto chave a serem compreendidos nesta semana.
Trajetória da inflação
A inflação acelerou nos últimos três meses, sendo que, em maio, superou o consenso do mercado. Antes, o IPCA havia desacelerado de 0,83% em fevereiro para 0,16% em março.
No ano de 2024, o índice não registrou deflação em nenhum mês.
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Para os próximos meses, os economistas ouvidos pelo BC esperam novas altas — de 0,19% em julho e de 0,10% em agosto.
Já para o ano, eles projetam o índice em 4,2%. O BTG, por sua vez, espera que a inflação feche 2024 em 4%.