Economia

IPCA: Desaceleração surpreende mercado; economistas veem inflação acima de 10% em 2021

10 dez 2021, 10:15 - atualizado em 10 dez 2021, 10:15
Detalhe de cédula de 50 reais
Segundo Alexsandro Nishimura, economista, head de conteúdo e sócio da BRA, a desaceleração em ritmo maior que o esperado alivia as preocupações com a alta dos preços na economia local (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro surpreendeu o mercado, uma vez que veio abaixo das projeções.

Os novos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10) mostraram alta de 0,95% do indicador no último mês, representando uma desaceleração em relação à taxa de outubro, de 1,25%.

Segundo Alexsandro Nishimura, economista, head de conteúdo e sócio da BRA, a desaceleração em ritmo maior que o esperado alivia as preocupações com a alta dos preços na economia local, o que deve se refletir nos mercados hoje.

Apesar da desaceleração, a taxa de novembro é a maior para o mês desde 2015. O crescimento foi puxado pelo aumento dos custos com transportes, que subiram 3,35%, influenciados pelos preços elevados dos combustíveis.

Do lado dos segmentos que ajudaram na desaceleração do índice, o destaque fica para a queda dos preços dos produtos de higiene pessoal.

Pedro Kislanov, gerente da pesquisa do IPCA, destacou que a queda na categoria é explicada pela Black Friday, evento promocional realizado todo ano em novembro.

O IPCA acumula no ano um aumento de 9,26%. No acumulado de 12 meses, o IPCA mostra alta de 10,74%.

Expectativas para dezembro

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, acredita que a surpresa positiva de novembro deve ser revertida parcialmente nos próximos dados. O especialista estima que o indicador deve subir em dezembro, fechando o ano próximo de 10,3%.

A MCM Consultores Associados tem projeção preliminar de alta ao redor de 0,75% em dezembro.

“A dissipação da alta de combustíveis deverá contrabalançar a retomada da alta de alimentação no domicílio, passagens aéreas e cuidados pessoais”, comentou a consultoria.

Na avaliação da MCM, o IPCA deve terminar o ano com alta de 10,1%. A consultoria manteve a projeção em 5,1% para 2022.