Economia

IPCA de fevereiro coloca por água abaixo tentativas do governo de forçar redução da Selic; entenda

10 mar 2023, 13:21 - atualizado em 10 mar 2023, 13:21
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Em fevereiro, o IPCA subiu 0,84%, acelerando-se em relação à alta de 0,53% apurada em janeiro. (Imagem: Shutterstock)

O governo vem se esforçado para mostrar para o Banco Central que está fazendo a lição de casa em relação à responsabilidade fiscal e que a autoridade monetária já pode reduzir a Selic. Só faltou combinar com a inflação.

Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,84%, acelerando-se em relação à alta de 0,53% apurada em janeiro. O resultado surpreendeu o mercado, vindo acima das projeções de  0,78%.

O indicador foi puxado por três grupos principais. A maior variação veio do segmento de educação, que avançou 6,28% em fevereiro, refletindo os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo.

“Número continuou mostrando sinais mistos como na leitura anterior. Mas ainda não vemos reversão da desaceleração esperada dos núcleos e serviços”, afirma Andréa Angelo, economista-chefe especialista em inflação da Warren Rena.

Ela também destaca que ainda é cedo para dizer que mudou a tendência inflacionária do país.

Felipe Sichel, economista-chefe do Banco Modal, também aponta que o cenário permanece o mesmo. “O primeiro trimestre do ano seguirá pressionado, não em função de uma piora da dinâmica da inflação, mas sim devido a fatores exógenos e sazonais”, diz.

Com isso, o IPCA de fevereiro deve reforçar a postura do Banco Central de manter a Selic elevada.

“O Copom deve manter a taxa de juros inalterada pelo menos para essa primeira reunião. O balanço de risco no exterior continua com muitas incertezas. Além disso, o impacto de uma reoneração dos combustíveis deve impactar no IPCA de março”, destaca André Fernandes, sócio da A7 Capital.

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Selic: Pacote econômico e responsabilidade fiscal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou baixar a taxa básica de juros no grito. Em entrevistas, Lula criticou mais de uma vez a autonomia do Banco Central, o presidente Roberto Campos Neto e a Selic que está em 13,75% ao ano desde agosto.

No entanto, é o ministro Fernando Haddad quem está abrindo caminho para um eventual alívio monetários. O ministro apresentou um pacote econômico que foi visto pelo Banco Central como uma boa tentativa de controlar as contas públicas.

Além disso, o Ministério da Fazenda já finalizou a proposta de lei de responsabilidade fiscal que deverá substituir o teto de gastos. O plano é enviar para análise do Congresso antes da reunião do Copom.

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