Economia

Corte de 0,50 pp da Selic está em jogo? Inflação de agosto será a resposta; veja o que esperar

11 set 2023, 15:22 - atualizado em 11 set 2023, 15:22
inflação, IPCA, Selic
Inflação dentro das expectativas é consistente com cenário de corte de 0,50 ponto percentual da Selic, dizem analistas (Imagem: Freepik)

inflação deve dar continuidade ao movimento de alta no mês de agosto, após uma prévia já acima do esperado. Ao menos é o que os especialistas do mercado esperam do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será divulgado na terça-feira (12).

A análise mais otimista é da XP Investimentos, que espera alta de 0,24% no índice no mês. Já a Warren Rena está pessimista e aponta para uma aceleração de 0,28% em agosto, e de 4,66% em 12 meses.

De acordo com a estrategista de inflação da Warren, Andréa Angelo, o principal fator de aceleração será o fim do desconto especial —  Bônus Itaipu –, que foi aplicado nas contas de energia em julho. “Somente o item energia elétrica contribui com 33 pontos base neste mês”, avalia.

Por outro lado, a gasolina deve apontar descompressão e registrar alta de 1,30%, ante 4,75% no mês anterior. Alimentação no domicílio tubérculos, leites e óleos ajudam a intensificar a deflação do grupo, diz Angelo.

A casa projeta que o IPCA feche 2023 em 4,80%, e, 2024, em 3,90%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como fica a Selic?

Os analistas da XP avaliam que uma inflação de 0,24% em agosto é consistente com o cenário do Banco Central (BC) de manter o ritmo de corte da Selic em 0,50 ponto percentual na reuniões do Copom da semana que vem.

Para o especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, Ricardo Jorge, nem mesmo um IPCA fora da expectativa deve fazer com que o BC mude a estratégia para este ano.

“Não vai ser um dado isolado que vai mudar a estratégia do Banco Central. Mas é claro que um conjunto de dados em deterioração pode ser que, de fato, possa fazer sentido para uma revisão da estratégia de corte de juros”, avalia.

Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, também defende que o corte no patamar da última reunião deve ser mantido.

O que estava em jogo, de acordo com ele, era uma eventual aceleração desse corte. Entretanto, uma inflação mais resiliente, as incertezas ficais e os imbróglios do câmbio e petróleo esvaziam as chances. “Em 2023, as chances estão cada vez menores”, disse na live Giro do Mercado.