IPCA: Alimentos pressionam e energia alivia em dezembro, mas inflação deve estourar a meta em 2024
A inflação de dezembro de 2024 deve registrar alta de 0,54%, após subir 0,39% em novembro, segundo projeções da Daycoval. O dado será divulgado às 09h (horário de Brasília) de sexta-feira (10).
“O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve seguir com pressão altista dos alimentos e composição ruim dos serviços”, afirmam Rafael Cardoso, economista-chefe do banco, e sua equipe.
O principal fator alta na última leitura da inflação de 2024 será a alimentação no domicílio, especialmente devido às carnes vermelhas. A expectativa é de um aumento de 1,59% nesse subgrupo.
Por outro lado, os economistas projetam uma força baixista nos preços administrados, com destaque para a deflação de 6,27% da energia elétrica. Isso ocorre devido à troca da bandeira tarifária amarela, vigente em novembro, para a verde em dezembro, que representa alívio nos custos para os consumidores.
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Outro ponto de atenção são os bens industriais, que devem continuar refletindo o impacto das elevações nos impostos sobre produtos como cigarros. Ao mesmo tempo, os efeitos dos descontos da Black Friday já foram absorvidos, perdendo relevância no indicador.
Em serviços, o avanço no mês costuma refletir pressão altista dos itens intensivos em trabalho e alimentação fora do domicílio. Com isso, o principal núcleo da inflação deve continuar pressionado. Do lado dos voláteis, as passagens áreas devem apresentar variação mais moderada, conforme observado na prévia da inflação do último mês.
O Banco Daycoval projeta que o IPCA encerre 2024 com alta de 4,85%. Caso a estimativa se confirme, a inflação fechará o ano acima do limite superior da meta de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Cardoso e equipe reforçam a expectativa de manutenção de uma política monetária mais restritiva por parte do Banco Central. Embora a alteração da bandeira tarifária tenha trazido algum alívio nos custos de energia elétrica, o impacto não é suficiente para alterar o quadro inflacionário pressionado, dizem.