Economia

IPCA acima da meta é provocado por fator não recorrente, diz BB Investimentos

10 abr 2019, 12:36 - atualizado em 10 abr 2019, 12:36
Fatores sazonais pesam na variação de 12 meses (Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O IPCA relatou variação positiva de 0,75% na leitura de março, surpreendendo as projeções do mercado, que giravam em torno de 0,50% a 0,70% para o período. A medição é a maior para o mês desde 2015, quando o índice subiu 1,32%.

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Diante da divulgação do indicador oficial de inflação do Banco Central, a BB Investimentos divulgou relatório nesta quarta-feira (10), no qual apresenta sua análise sobre a leitura do IPCA.

Inicialmente, os analistas destacam que, com a leitura de março, o IPCA acumula alta de 4,58% em 12 meses, acima dos 3,89% do mês anterior e acima da meta da inflação – de 4,25% – para 2019.

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Greve dos caminhoneiros

A despeito da ultrapassagem da meta estabelecida pelo Banco Central, a medição ainda leva em conta fatores não recorrentes. Para os anos seguintes, a mediana de mercado sinalizada no relatório Focus indica que a inflação atingirá o centro da meta da inflação, que é de 4,0% para 2020 e 3,75% em 2021.

“O IPCA acumulado em 12 meses deve permanecer acima do centro da meta até o mês de junho, quando a inflação do referido mês substituirá a marca de junho de 2018, impactada pela greve dos caminhoneiros, que apresentou taxa de 1,26%, a terceira maior marca dos últimos 15 anos”, pondera a BB Investimentos.

Carne pesa

Em relação aos preços relativos do IPCA, os analistas destacam estudo realizado do comportamento histórico de itens selecionados.

“Destacamos, por exemplo, o desempenho do preço do item aparelhos eletrônicos, muito abaixo da inflação oficial, cujo comportamento se deve (i) aos avanços tecnológicos, que geram redução do custo de produção, e (ii) da pressão concorrencial, por conta da expansão do comércio internacional, gerando diminuição do seu preço relativo”, pondera o banco.

Por fim, do lado negativo, o item carnes apresentou evolução muito acima do IPCA, “impactado, entre outros fatores, pelo crescimento das economias em desenvolvimento superior à média global, o qual impulsionou a demanda por alimentos e, por consequência, seus preços”.