IPCA-15 sobe em novembro mas segue ‘confortável’; veja a análise de 3 especialistas
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de novembro, que subiu 0,33%, veio um pouco pior do que o esperado pelo mercado, mas segue em nível “bastante tranquilo”.
Segundo o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, a aceleração do resultado se deu, principalmente, pela piora no grupo de alimentos. Por outro lado, “industriais seguem bastante tranquilos e a difusão, apesar da alta, segue em níveis confortáveis”.
Rafael Costa, analista e macro da BGC Liquidez ressalta que a leitura reforça “a evolução benigna do cenário corrente de inflação, em consonância com o que já era esperado”.
A estrategista da Warren Investimentos, Andréa Angelo, também destaca que a prévia da inflação continuou mostrando abertura qualitativa “muito boa”.
“As medidas de serviços subjacentes e os núcleos, que buscam capturar a tendência dos preços, desconsiderando distúrbios resultantes de choques temporários, continuam desacelerando consistentemente”, afirma a estrategista.
A projeção da BGC Liquidez e da Warren para o IPCA fechado de novembro é de 0,29%.
O que pesou no IPCA de novembro?
Os principais destaques favoráveis para o IPCA de novembro ficaram por conta das inflações menores do que projetadas nos segmentos de serviços subjacentes e na média da inflação dos núcleos. As variações também foram historicamente baixas para as duas medidas.
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O Banco Central, inclusive, vem chamando à atenção especial a essas duas medidas da inflação em suas comunicações oficiais.
“Nesse primeiro olhar continuamos com a nossa visão de um cenário de desinflação consistente, visão reforçada pelos bons resultados de hoje na inflação serviços subjacentes e na média da inflação dos núcleos”, diz Costa, da BGC Liquidez.
O que preocupa é o avanço nos preços da alimentação. A maior variação (0,82%) e o maior impacto (0,17 p.p.) vieram desse grupo. A alimentação no domicílio subiu 1,06%, após cinco quedas consecutivas e a fora do domicílio (0,22%) registrou resultado similar ao de outubro (0,21%).