IPCA-15 reforça necessidade de política monetária mais firme, afirmam economistas
Apesar do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) vir abaixo do esperado em dezembro, os dados mostraram que a inflação segue pressionada e reforçam a necessidade de uma política monetária mais restritiva para conter as pressões de preços.
O IPCA-15 de dezembro, divulgado na manhã desta sexta-feira (27), apresentou alta mensal de 0,34% e anual de 4,71%. O mercado projetava porcentagens maiores.
“Este IPCA-15, embora menor do que o esperado, segue com pressão altista dos alimentos e composição ruim dos serviços, principalmente os serviços subjacentes”, dizem o economista-chefe da Daycoval, Rafael Cardoso, e sua equipe.
Em alimentação e bebidas, responsável pela maior variação do mês, o destaque foi a alimentação no domicílio, influenciada principalmente pela alta expressiva dos preços de carnes vermelhas.
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Já o grupo de serviços teve alta inferior às expectativas, devido ao crescimento menor dos preços das passagens aéreas. Alimentação fora do domicílio, transporte por aplicativos, itens de lazer e serviços intensivos em trabalho, por outro lado, pressionaram fortemente os serviços subjacentes.
O resultado abaixo do projetado pelo mercado da prévia da inflação, no entanto, foi impulsionado pela bandeira verde nas tarifas de eletricidade (-5,7%) e pelos descontos pontuais da Black Friday.
Os economistas da Daycoval destacam que esse alívio na energia elétrica não muda a perspectiva de juros mais restritivos pelo Banco Central (BC). O comportamento dos serviços e a pressão dos alimentos indicam um quadro inflacionário ainda desafiador.
Vale destacar que, além de o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a Selic em 1 ponto percentual (p.p.) na reunião passada, os diretores indicaram mais duas altas da mesma magnitude nas próximas decisões.