IPCA-15: Por que a pressão sobre o Banco Central aumenta com prévia da inflação desacelerando a 0,57%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial do país, subiu 0,57% em abril, desacelerando-se em relação à alta de 0,69% apurada em março. O resultado veio abaixo da mediana projetada pelo mercado, de 0,61%.
Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 acumula alta de 2,59% nos primeiros quatro meses do ano.
Com isso, o indicador desacelerou a alta acumulada em 12 meses até abril para de +5,36% para +4,16%. O resultado também ficou abaixo da mediana projetada, de +4,20%.
Esse resultado permite que a prévia da inflação fique dentro do teto da meta do Banco Central para 2023, de 4,75%, e intensifica as apostas de que a autoridade monetária pode cortar a taxa Selic mais cedo do que o esperado. O mercado projetava reduções da taxa básica de juros para o segundo semestre, agora os mais otimistas já enxergam mudanças a partir de junho.
Vale lembrar que a inflação cheia de março também ficou dentro do teto da meta. No mês passado, o indicador desacelerou a alta acumulada em 12 meses até março para +4,65%, de +5,60% no mês anterior.
A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana que vem não deve trazer mudanças, mas sim sinalizar os planos do Banco Central.
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Grupos do IPCA-15
Em abril, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA-15 apresentaram alta.
A maior variação (1,44%) e o maior impacto no índice do mês (0,29 p.p.) vieram dos Transportes, que desacelerou a alta de 1,50% registrada em março.
O grupo Saúde e cuidados pessoais registrou a segunda maior contribuição (+0,29 pp) depois de ver sua alta de 1,18% em março desacelerar-se a +1,04% em abril. O grupo Habitação protagonizou a terceira contribuição (+0,7 pp), desacelerando-se de +0,81% para +0,48% no período.
Veja a prévia da inflação nos grupos pesquisados
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) |
Alimentação e bebidas | 0,04 | 0,01 |
Habitação | 0,48 | 0,07 |
Artigos de residência | 0,07 | 0,00 |
Vestuário | 0,39 | 0,02 |
Transportes | 1,44 | 0,29 |
Saúde e cuidados pessoais | 1,04 | 0,14 |
Despesas pessoais | 0,28 | 0,03 |
Educação | 0,11 | 0,01 |
Comunicação | 0,06 | 0,00 |
Maiores altas
Do lado dos Transportes, a pressão maior veio das passagens aéreas, que avançaram 11,96%. Já os produtos que mais pesaram no bolso dos consumidores foram os alimentos. Confira as maiores altas do IPCA-15 de abril.
Produtos | IPCA-15 |
Morango | 17,04% |
Manga | 13,03% |
Passagem aérea | 11,96% |
Pimentão | 10,42% |
Limão | 9,40% |
Cenoura | 9,38% |
Açaí (emulsão) | 8,84% |
Laranja – baía | 8,27% |
Repolho | 7,25% |
Mamão | 7,23% |
Alface | 6,87% |
Uva | 5,91% |
Pepino | 5,23% |
Batata-doce | 4,90% |
Aluguel de veículo | 4,44% |
Ovo de galinha | 4,36% |
Salsicha em conserva | 4,33% |
Abobrinha | 3,79% |
Agasalho infantil | 3,63% |
Cheiro-verde | 3,56% |