28 maio 2024, 12:40
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atualizado em 28 maio 2024, 12:40
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial do Brasil, subiu 0,44% em maio. Apesar da aceleração em relação à alta de 0,21% em abril, o dado veio abaixo da expectativa dos analistas, que era de 0,47%.
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Mas o resultado não deve ser motivo para o Banco Central relaxar no combate à inflação, de acordo com analistas. Isso porque o índice segue acima do centro da meta para este ano, que é de 3%.
Além disso, as próximas leituras do IPCA devem trazer os efeitos da catástrofe climática no Rio Grande do Sul, que deve se traduzir em preços mais altos em itens como alimentos.
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As boas notícias do IPCA-15
Além de vir abaixo da expectativa, o IPCA-15 de maio veio com um qualitativo benigno, de acordo com Mario Mesquita, Julia Gottlieb e Luciana Rabelo, economistas do Itaú BBA.
Confirmando uma leitura positiva, a média móvel de três meses dos serviços subjacentes e dos industriais subjacentes recuaram, assim como a média dos núcleos.
“Para a leitura do IPCA fechado de maio, existe alguma incerteza em relação ao impacto das enchentes no RS sobre os preços, ainda assim, esperamos que a média dos núcleos do BC continue em patamar semelhante”, afirmaram os analistas.
O estrategista-chefe do Grupo LAATUS, Jefferson Laatus, aponta que o IPCA-15 abaixo do esperado tira parte da pressão sobre a curva de juros, o que também ajuda a desacelerar o dólar.
“Num cenário onde o mercado está de olho nas falas do BC e preocupado se o BC vai continuar o ciclo de cortes ou não, esse IPCA 15 mostra que por enquanto o efeito Rio Grande do Sul não está fazendo pressão na inflação.”
Pontos de atenção
Para Luca Mercadante, economista da Rio Bravo, apesar de o IPCA-15 ter vindo abaixo do esperado, as medidas subjacentes de inflação, especialmente serviços, mostram resiliência e convergem lentamente em relação em direção à meta.
“Um ponto de atenção são os serviços intensivos em trabalho que prosseguem em um patamar ainda elevado, não condizente com a meta de inflação”, finaliza.
André Colares, sócio da Smart House Investments, aponta que mesmo após os dados de hoje, “ainda não é motivo para relaxar”, visto que ainda é incerto os impactos que a catástrofe no Rio Grande do Sul terão na economia.
“Além disso, ainda estamos acima da meta de 3% e os Estados Unidos pode subir ainda mais os juros, o que levaria ainda mais capital para o país e desvalorização das demais moedas, inclusive o real, o que poderia impactar nos preços das importações atreladas ao dólar e, consequentemente, impactaria na inflação”, completa.
Por fim, Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs & Co., ressalta ser necessário priorizar ações feitas com cautela na calibração de curto prazo da política monetária. Visando cenários como:
um contexto apertado para o mercado de trabalho;
crescimento robusto dos rendimentos do mercado de trabalho;
política orçamental e parafiscal expansionista;
âncora orçamental fraca (falta de credibilidade das metas orçamentais para 2024-26);
deterioração das expectativas de inflação a curto e médio prazo e fundamentos da inflação nos serviços (contexto do mercado de trabalho e transferências fiscais); e
a reavaliação ascendente da trajetória dos Fed Funds do FOMC.
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