IPCA-15: Mercado se surpreende com inflação menor do que esperada; veja o que estimam os analistas
A prévia de inflação do segundo mês de 2024 registrou 0,47 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de janeiro (0,31%), o que, ainda assim, veio abaixo das expectativas dos analistas.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,78% em fevereiro e 1,09% no ano.
Dos nove grupos do IPCA-15, oito registraram alta em fevereiro, com destaque para educação — que registrou a maior variação (5,07%) e o maior impacto (0,30 p.p.).
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IPCA-15 fica abaixo do esperado e surpreende mercado
Vindo abaixo do esperado e surpreendendo o mercado, as baixas ficaram concentradas no setor de passagens áreas, no qual repetiu o sinal de deflação visto em janeiro.
Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, ressalta que a mensalidade escolar apresentou alta maior que indicada pelas coletas e pela projeção da casa. “Os cursos regulares subiram 6,13% vs. 5,55% esperado por nós”, diz.
Além disso, a economista aponta o grupo de serviços subjacentes trazendo mais uma vez uma surpresa altista, no qual era esperado uma variação de 0,58%, ao invés da alta de 0,65%.
“Nossa projeção para fevereiro está em 0,84%, estável, considerando itens que repetem entre o IPCA-15 e o IPCA fechado. Se por um lado educação e itens de comunicação pressionam, por outro, passagem aérea equilibra”, diz Angelo.
A economista do C6 Bank, Claudia Moreno, aponta que “a resiliência da inflação de serviços continua sendo um entrave à convergência da inflação à meta”, e segundo as projeções, o banco estima que o IPCA termine 2024 com alta de 5%.
Na visão de Mario Mesquita e Luciana Rabelo, economistas do Itaú BBA, “a leitura do IPCA-15 de fevereiro veio abaixo do esperado, especialmente em passagem aérea e gasolina.
“O qualitativo dessa divulgação também foi melhor do que o esperado, com surpresa baixista em industriais subjacentes (vestuário) e serviços subjacentes próximos do esperado”, completa.
IPCA-15: O que esperar para os dados de março?
Para Andréa é estimada uma alta de 0,21%, visando o ajuste de passagem aérea e em relação ao esperado de 0,12%. Já para o ano, a economista segue com a estimativa de 4% e 3,50% para 2025.
“Acreditamos que março será um ponto importante na inflação do trimestre, que poderá marcar o início da devolução de 3% em alimentação no domicílio. E, corroborar a tese de reaceleração da inflação subjacente em 2024. Lembrando que encerrou 2023 em 4,8% e pode atingir 5,50% em 2024”, finaliza.