IPCA-15 eleva pressão sobre o Copom quanto ao ritmo da Selic, dizem analistas ao Money Times
O Comitê de Política Monetária (Copom) se vê cada vez mais pressionado pela alta da inflação no Brasil, segundo economistas consultados pelo Money Times nesta quinta-feira (25). O IPCA-15, prévia da inflação brasileira, atingiu em novembro a máxima para o mês em quase duas décadas, subindo 1,17% , sobre alta de 1,20% no mês anterior, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O IPCA-15 de novembro, por si só, não deve alterar a expectativa de alta de juros projetada pelo Banco Central agora em dezembro”, explica Mauro Morelli, estrategista-chefe da Davos Investimentos, ao Money Times. Contudo, o especialista alerta que a pressão inflacionária persistente pode fazer com que a autoridade monetária revise o ritmo de elevação da Selic nas reuniões seguintes.
No momento, espera-se que o Copom mantenha o ritmo de alta da taxa básica de juros em 150 pontos bases, elevando o patamar da Selic para 9,25% na próxima decisão em 8 de dezembro.
No acumulado em 12 meses, a inflação salta para 10,73%, vindo de 10,34%. Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a divulgação de agora também não trouxe grandes contribuições para a decisão de política monetária.
A corretora estima uma alta de 200 pontos bases nesta próxima reunião do Copom.
Já Morelli, da Davos, espera que o ciclo de alta de juros no Brasil termine em torno dos 12% ao ano. “Vale lembrar que a disparada da inflação não é um caso isolado brasileiro, mas as reações são muito mais intensas e preocupantes aqui”, comenta o estrategista-chefe.
Por volta das 14h25 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) avançava 1,58% com 106.058,16 pontos. Segundo os analistas gráficos da Genial Investimentos e da XP Investimentos, o principal índice da Bolsa está muito próximo de romper uma barreira que abriria caminho para um ganho substancial nos próximos dias.