Economia

IPCA-15 ‘não empolga nem preocupa’; o que esperar da inflação cheia de junho?

26 jun 2024, 12:39 - atualizado em 26 jun 2024, 12:39
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IPCA-15 de junho ‘não empolga nem preocupa’, diz economista (Imagem: Getty Images)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de junho, que subiu menos do que o esperado, foi ajudado por itens voláteis. A passagem aérea e a gasolina, por exemplo, foram as surpresas baixistas do mês.

A prévia da inflação subiu 0,39% em junho, frente à alta de 0,44% em maio. Apesar do alívio mensal, a taxa nos 12 meses até junho passou a avançar 4,06%, de 3,70%, e volta a superar a marca de 4% depois de dois meses.

“Em resumo, o resultado (do IPCA-15) não empolga nem preocupa. O processo desinflacionário indica encontrar uma resistência nesse momento, mas sem sinais alarmantes de que reverterá esse processo no curto prazo”, disse André Valério, economista-sênior do Inter.

Do lado altista, a maior variação e o maior impacto vieram do grupo alimentação e bebidas. Na alimentação no domicílio, a batata inglesa (24,18%), o leite longa vida (8,84%), o arroz (4,20%) e o tomate (6,32%) corroboraram com a alta.

Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, diz também que os bens duráveis, como automóvel novo, e itens de higiene pessoal seguiram mostrando aceleração mais firme. O movimento é reflexo do fim do arrefecimento da inflação externa no atacado e do câmbio.

Para o índice fechado de junho, que será divulgado no dia 10 de julho, a Warren projeta uma alta de 0,28%. Antes do IPCA-15, a expectativa era de 0,33%, mas houve uma revisão após as surpresas com aluguel e passagens de avião.

Núcleos da inflação mais altos

Sobre os núcleos da inflação, os bens duráveis e não duráveis subjacentes pressionaram este mês.

Já os serviços subjacentes tiveram leitura um pouco pior e os intensivos em mão de obra aceleraram para 0,46% no mês.

“Entendemos que este número reforça nossa visão de que serviços subjacentes se encontram na janela temporária boa (em torno de 5% com 5,4%), no entanto, vemos sinais de reaceleração na segunda metade do ano por conta do grupo de intensivos em mão de obra”, avalia a estrategista da Warren.

“Os itens deste grupo são mais sensíveis à renda, emprego e mais inerciais”, explica.

*Com informações da Reuters

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