IPCA-15: Alta da inflação põe em xeque futuros cortes da Selic?
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) voltou a subir no mês de agosto, com alta de 0,28%. No entanto, o resultado não deve colocar em xeque o ciclo de corte da Selic, avaliam especialistas.
O estrategista chefe da Davos Investimentos, Ricardo Pompermaier, afirma que a surpresa da prévia da IPCA-15 veio do item habitação, com o reajuste da tarifa elétrica em Curitiba e Porto Alegre e o fim do Bônus de Itaipu. Outras pressões altistas vieram das linhas de higiene pessoal e passagens aéreas.
Por outro lado, a queda em alimentos e bebidas, apesar de menor do que o esperado, continua contribuindo para uma inflação mais baixo. Isso, segundo Pompermaier, deve fortalecer o cenário de corte de 0,50 ponto percentual da taxa de juros na próxima reunião.
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O economista André Perfeito, por sua vez, diz que “as boas notícias” do campo inflacionário estão chegando ao fim. Ele afirma que o mercado irá revisar as expectativas para a inflação de 2023 e 2024 para cima. “Nada muito forte, mas vão, e assim parte da ancoragem das expectativas será comprometida no curto prazo”, diz.
Apesar disso, Perfeito acredita que ainda há espaço para cortes maiores da taxa básica de juros. “Na minha opinião poderia cair até mais, mas neste caso tanto o mercado quanto o Banco Central tem um função de reação muito clara”, avalia.
O economista também espera que o próximo corte seja igual ao anterior, mas vê a taxa terminal do atual ciclo em 10,75%. O patamar deve ser atingido já no começo do ano que vem, segundo ele, e depois deve estacionar ao longo do ano.