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Investir no exterior pode ser a melhor saída para sua saúde financeira

18 jun 2021, 17:38 - atualizado em 18 jun 2021, 17:38
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99% do dinheiro dos brasileiros está investido no Brasil e apenas 1% está alocado fora (Imagem: Pixabay/ 41330)

Durante a crise do coronavírus teve um aumento de pessoas falando sobre estratégias para diversificação internacional da carteira.

Não é para menos, um levantamento das principais corretoras mostrou um viés domestico: 99% do dinheiro dos brasileiros está investido no Brasil e apenas 1% está alocado fora.

Se você, assim como a maioria das pessoas, está dentro dos 99%, esse texto é para você.

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O cenário que estamos vivendo…

Não é novidade para ninguém que o coronavírus veio e chacoalhou o mundo.

Empresas precisando se adaptar à nova realidade, um número muito alto de pessoas perdendo empregos, outras tantas internadas e infectadas com o vírus, quarentena, lockdown… ufa!

Dentro desse cenário o Brasil também experimentou um novo contexto econômico.

Hoje a nossa taxa de juros é a mais baixa da história, o que obrigou muitos investidores acostumados com alta rentabilidade na renda fixa a se mexerem e migrarem para outros ativos, para procurar atingir as mesmas rentabilidades.

O Brasil é um país emergente e com isso muitas oportunidades podem surgir por aqui.

O Brasil é um país emergente e com isso muitas oportunidades podem surgir por aqui (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

No entanto, analistas do mercado financeiro perceberam, durante a pandemia do coronavírus, que as oportunidades ficam mais claras nas  economias mais maduras e essa é a tendências para para os próximos 1-2 anos: juros baixos e oportunidades lá fora.

Por que diversificar entre países?

Quando as pessoas falam sobre carteira de investimento, sempre nos aconselham a diversificar e faz sentido, porque não podemos colocar todos os ovos na mesma cesta, certo?

Mas o que poucas pessoas pensam é na diversificação entre países.

Com o coronavírus o IBOVESPA derreteu e foi para 62 mil pontos, retrocedeu praticamente 2, 3 anos, apesar de já estar se recuperando, o tombo foi grande.

A performance do IBOVESPA em dólar, caiu bem mais porque o dólar se valorizou. Saiu de R$ 3,17 em 2017 para quase R$ 6 agora em 2020.

o IBOVESPA dolarizado, em azul, caiu mais que o IBOVESPA e ainda não retornou

Ou seja, rebalancear a carteira agora é mais que obrigatório, se tornou uma necessidade.

Não pode colocar os ovos todos na mesma cesta, mesmo com ativos diferentes. É importante ver outros países, enxergar outras oportunidades.

Para você ter uma noção, antes do coronavírus a recomendação era de 2%-3% em investimentos internacionais.

Hoje, analistas recomendam de 16% para perfis moderados e 25% para perfis mais arrojados, ou seja, ¼ da carteira em ativos internacionais.

Ainda não acredita?

Vamos para alguns dados:

O PIB do Brasil representa apenas 2% do PIB Mundial.

Outro ponto, já parou para pensar quantas empresas tem no Brasil e quantas tem no mundo?

No Índice Bovespa tem 75 empresas, que representam 80% do número de negócios e do volume financeiro do nosso mercado de capitais.

Na sua maior parte são empresas financeiras, como os grandes bancos, empresas industriais e commodities.

Em um mundo que a tecnologia avançou 10 anos em 6 meses por conta da pandemia, qual a chance de o Brasil ser a melhor alternativa, se tem apenas 3% de empresa de tecnologia no Índice Bovespa?

Antes que você se desespere e saia correndo querendo recuperar o tempo perdido, saiba que, realmente, antigamente era muito mais complicado investir no exterior.

Hoje em dia tem mais facilidade e vou mostrar para você algumas alternativas.

Você pode abrir conta em países estrangeiros e investir em ações, ETFs ou através de fundos internacionais oferecidos pela sua corretora.

Ações Internacionais

Por que investir em ações internacionais?

De fato, as empresas brasileiras conseguem suprir bem o mercado interno, algumas têm exportação e conseguimos vislumbrar oportunidades no nosso país.

Mas quando você pensa no Google, por exemplo, eles não vendem só para os EUA. É uma empresa global.

Ao investir na bolsa americana, por exemplo, você pode ter ações de empresas como por exemplo o que chamam de FANGMA: Facebook, Amazon, NVidia, Google, Microsoft e Apple. Essas empresas se destacam por serem de um setor em grande crescimento, o de tecnologia e o de e-sports.

Se você quiser mais sobre o assunto, recomendo fortemente esse texto que o Edu fez.

Se você parar para analisar, 27% do S&P500 são empresas de tecnologia e podem ser boas oportunidades se isso for condizente com a sua estratégia.

Importante ressaltar aqui que não estou fazendo sugestão de compra ou venda, mas apenas trazendo dados para que você consiga refletir sobre a diversificação internacional.

ETFs

Os ETfs são fundos de investimento negociados na bolsa de valores e você pode adquirir ETFs diretamente nas bolsas internacionais.

É como se fosse um pacote de ações que tem várias ações.

Então você pode ter o pacote de tecnologia, o pacote do setor de energia, de games, de saúde… Enfim, importante sempre contar com a ajuda de um profissional do mercado para direcionar melhor a sua estratégia.

Agora um ponto muito importante que você tem que ficar de olho em relação ao investimento em ações e etfs internacionais é o fato de que você vai abrir conta no exterior e você precisa declarar o imposto de renda de maneira correta nos países que você investir.

Então, não deixe de pensar nessa questão se for investir em ações e ETFs, ok?

Caso você não queira ter esse ponto para pensar, você também pode optar pelos fundos de investimentos internacionais.

Fundos de investimentos internacionais

Ao vislumbrar o cenário que já vinha se apresentando com corte na taxa de juros, algumas corretoras montaram estratégias junto a fundos de gestoras internacionais.

Os fundos de investimentos internacionais podem representar fontes de mais retorno, pois investem em empresas internacionais como falei acima.

Por que isso pode ser vantajoso para você?

A corretora vira uma ponte entre você e os fundos. Assim, você não precisa abrir conta no exterior, tem mais convivência e menos burocracia em relação a imposto de renda.

Além disso, como ainda estamos em um período de muitas incertezas, certamente ter uma carteira mais líquida pode te ajudar a navegar em cenários para aproveitar as oportunidades.

Como o mercado internacional, geralmente, é mais líquido, os fundos de investimentos internacionais costumam ter também uma liquidez mais alta.

Algumas pessoas tem medo de investir no exterior por conta da flutuação da moeda, mas você pode verificar se há proteção cambial nos fundos que você pretende se posicionar.

Pausa para explicar a proteção cambial

Se o dólar sobe, você não aproveita a subida, mas se desce tem proteção cambial e não impacta na sua rentabilidade.

Mas você também pode aproveitar altas da moeda em fundos que são dolarizados. Fique atento à estratégia do fundo e procure informações com profissionais do mercado,

E o que você tem que prestar atenção em relação aos fundos?

Além de você não fazer o stock picking (escolher os ativos que quer entrar) é importante ressaltar que os fundos podem ter come-cotas.

O come-cotas é uma forma do governo brasileiro tributar fundos de investimento. Ele entra em ação no final de maio e de novembro e faz com que o cotista pague a menor alíquota do imposto de renda para aquele determinado fundo antecipadamente na forma de cotas.

Se você ainda ficou com alguma dúvida em relação a investimento no exterior, comenta aqui!