Coluna do Heverton Peixoto

Investir em mulheres é um bom negócio; entenda

18 out 2024, 9:37 - atualizado em 18 out 2024, 9:37
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As mulheres representam uma força significativa no mercado consumidor, e adaptar produtos e serviços pode levar a um aumento na satisfação. (Imagem: Pixabay/ 8212733)

Nos últimos anos, questões de gênero ganharam destaque nas discussões empresariais e sociais no Brasil. Empresas e investidores reconhecem que promover a diversidade de gênero, além de ser uma questão ética, também é uma estratégia inteligente para impulsionar o crescimento.

As mulheres representam uma força significativa no mercado consumidor, e adaptar produtos e serviços às suas realidades pode levar a um aumento na satisfação e fidelidade. Não à toa, o investimento com foco em gênero, que já se consolidou em países como os Estados Unidos, está começando a ganhar espaço no mercado brasileiro. Essa tendência reflete uma crescente conscientização sobre a importância de promover a igualdade e o empoderamento feminino.

Investir em entender e, principalmente, atender às necessidades das clientes mulheres é uma abordagem que pode transformar a maneira como uma empresa se posiciona e como passa a ser vista no mercado. O público feminino está em busca de soluções que levem em conta suas necessidades e experiências diárias.

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Ao adaptar produtos e serviços para melhor atender a esse público, as empresas passam a construir uma reputação de empatia e compromisso, criando um relacionamento que traz benefícios significativos a longo prazo. Mais do que isso. Realizar reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos econômicos é empoderá-las economicamente.

Quando as mulheres têm acesso a produtos e serviços que atendem suas necessidades, elas se tornam independentes financeiramente, o que contribui para o desenvolvimento social e econômico de suas comunidades. Dessa forma, as empresas que investem nessa causa não apenas beneficiam seus próprios resultados financeiros, mas também promovem um impacto social importante.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), se continuarmos com esse ritmo atual de investimentos, mais de 340 milhões de mulheres e meninas ainda viverão em extrema pobreza até 2030. No Brasil, o racismo e o sexismo, que estruturam os padrões de desigualdade social, vulnerabilizam as condições de vida das mulheres, em especial negras e indígenas.

Desproporcionalmente afetadas pela pobreza, as mulheres, geralmente, são as principais responsáveis pelo sustento de suas famílias, mas enfrentam barreiras significativas ao acesso a empregos dignos e bem remunerados. Além disso, a carga de cuidar da casa e da família, recai sobre elas, limitando suas oportunidades de crescimento econômico.

Ofertar e conceder recursos financeiros pode ajudá-las a iniciar ou expandir negócios. No entanto, estima-se que empresas de micro, pequeno e médio porte de propriedade de mulheres globalmente têm um déficit de financiamento de US$ 1,7 trilhão.1 Reduzir as diferenças de crédito para pequenas e médias empresas cujas donas são mulheres resultaria em um aumento de 12% nas rendas anuais em média até 2030.

Enquanto as empresas não estiverem prontas para atuar nessa realidade, seguiremos perpetuando ciclos de pobreza e exclusão que afetam milhões de mulheres e meninas em todo o mundo.

Ao apoiar iniciativas que promovam a diversidade de gênero, o Brasil pode tanto melhorar a vida das mulheres, quanto impulsionar sua economia de maneira sustentável.