Investir em ativos ESG reduz “dramaticamente” os riscos de cauda, diz Martin Iglesias do Itaú
Destinar parte dos seus recursos, ou todo ele, para ativos que respeitam os três preceitos do ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) “reduz dramaticamente os riscos de cauda” dos investimentos, analisa o professor e especialista líder em investimentos e alocação de ativos do Itaú Unibanco, Martin Iglesias.
“Se tem uma coisa clara em empresas com ESG é que existe uma redução dramática de riscos de cauda. Seja porque não vai ter acidente ambiental, algum evento de impacto social, de imagem, na marca, ou que encareça o custo de captação, ou derrube o preço da ação”, afirmou durante uma entrevista ao Money Times.
Iglesias e seu time prepararam uma carteira recomendada com ativos ESG para investidores locais qualificados ou comuns. Ele ressalta ainda que o seu portfólio possui ativos de renda fixa e variável, uma vez que o público não é necessariamente arriscado o suficiente para uma lista exclusiva de ações.
Segundo ele, o desejo de desenhar uma seleção de papéis veio da insistência do público investidor do banco, mas também dos funcionários e de seus alunos. “Se antes isso era momentâneo, nos últimos meses, começou a ficar frequente. Ontem, em um MBA, os alunos já me perguntavam como considerar o ESG em um valuation”, observa.
Iglesias nota que há uma demanda grande por investimentos ESG em todo o mundo, mas o Brasil ainda fica atrás. Ele cita, por exemplo, os números da Austrália e Nova Zelândia. Por lá, cerca de 60% dos ativos obedecem aos critérios ESG, enquanto que no Brasil este percentual é de aproximadamente 7%.
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