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Investimentos no exterior: quanto e onde investir? Gestores indicam ações favoritas nas bolsas dos EUA e Europa

05 set 2024, 14:41 - atualizado em 05 set 2024, 14:41
Investimentos internacionais
Investimentos internacionais: Eric Hatisuka, CIO do Mirabaud Family Office (à direita), aponta três motivos para alocar no exterior (Imagem: Divulgação)

Em meio a um mercado brasileiro com a taxa básica de juros (Selic) em 10,50% — com perspectiva de aumento –, a renda fixa é um atrativo para o investidor local. Neste cenário, por que fortalecer a carteira de investimentos internacionais? Durante o Empiricus Asset Day, realizado nesta quinta-feira (05), Eric Hatisuka, CIO do Mirabaud Family Office, disse que a resposta é “sim”. E apontou três motivos.

Para Hatisuka, o primeiro ponto é a diversificação, que aponta como um mantra dos investimentos, com o investimento lá fora oferecendo um ambiente favorável para um portfólio diverso.

O segundo motivo são os bons retornos observados fora do Brasil, inclusive em renda fixa, com os juros americanos no patamar de 5,5% — maior patamar em 22 anos.

Por fim, aponta que o Brasil hoje representa aproximadamente 1,7% do PIB global, o que, do ponto de vista de investimentos, “obriga” o investidor a diversificar lá fora.

Ele defende uma alocação de 30% em investimentos internacionais como suficiente para um retorno satisfatório.

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Onde investir lá fora? Ações de tecnologia seguem atrativas

Em relação à bolsa norte-americana, João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, destacou que, apesar da turbulência observada no mercado nas últimas semanas, desencadeando um movimento de rotation (rotação de um setor para outro), o setor de tecnologia segue em um momento interessante.

Na avaliação dele, um novo salto no setor tech pode ocorrer nos próximos meses e voltar a surpreender os investidores.

A aposta do gestor é no novo salto esperado dentro da expansão da inteligência artificial. Um evento que deve marcar essa nova era é o lançamento do novo iPhone pela Apple, na próxima semana.

Piccioini vê que, em termos de cases, a tecnologia vai continuar exportando e chamando atenção, além de criar outras layers (camadas), a partir do segmento de consumo ligado a esses serviços, por exemplo.

“Eu diria que esse rotation trade que estamos vendo talvez tenha uma perna mais curta do que a gente imagina.  Especialmente se a gente olhar aqui, mas pensar que nesse segundo layer da bolsa americana, tem muita empresa que vai ter dificuldade de competir nesse evento novo”.

Além da própria Apple, o CIO da Empiricus destaca nomes como Amazon e Meta como os favoritos na bolsa americana para capturar o avanço da IA.

Investimentos internacionais para além dos Estados Unidos

Apesar de a exposição em investimentos internacionais comumente remeter aos Estados Unidos e as chamadas “7 magníficas”, Eric Hatisuka, da Miraboud, chama atenção para ações europeias. Enquanto nos EUA o setor de tecnologia se destaca, ele aponta o setor de moda, luxo e farmacêutico, com nomes como Ferrari, AstraZeneca e LVMH.

“Existe uma linha de inovação europeia que vai para o outro lado, mas que é interessante também, que vale a pena”, afirma.

Ele aponta ainda que o índice americano é mais forte e atraente do que o europeu, além de fatores como o fuso-horário inclinarem a preferência para os Estados Unidos.

No entanto, para Hatisuka, o fator ser levado em consideração é que se trata de uma questão de abordagem holística. “Ou seja, se eu quero olhar a tecnologia, eu tenho que olhar os Estados Unidos. E se eu vou olhar a Europa, eu não vou procurar tecnologia”. 

Em relação ao mercado europeu e também norte-americano, ele pontua que há uma maior segurança jurídica em relação ao Brasil, e semelhantes entre si. Ainda, as duas moedas — dólar e euro — são fortes.

Comparando os dois mercados externos, ele comenta que uma grande variável é o euro em si. “Nesse momento, se você tem queda de juros nos Estados Unidos, se você tem um risco de recessão nos Estados Unidos, você vai ter o dólar perdendo força contra o euro.”