Investimentos, Lula e Raízen (RAIZ4): BYD fala sobre planos da empresa no Brasil
Nesta quarta-feira (28) o Money Times esteve presente no evento de lançamento do Dolphin Mini, novo veículo da BYD, empresa chinesa que desembarcou recentemente no país e que promete investir cerca de R$ 3 bilhões no Brasil nos próximos anos.
Por lá, Alexandre Baldy, conselheiro especial da empresa no Brasil, que deu detalhes sobre os planos de investimento da companhia no Brasil. A BYD assumiu o complexo industrial que pertenceu à Ford entre 2001 e 2021 em Camaçari (BA).
Recentemente, a Raízen (RAIZ4) e a montadora anunciaram vão construir “hubs” de recarga elétrica em oito capitais brasileiras, como parte de um projeto conjunto que visa impulsionar o mercado de veículos elétricos que vem ganhando tração no país, disseram as empresas à Reuters.
O acordo prevê a instalação de 600 pontos de recarga rápida pelo país com a marca Shell Recharge nos próximos três anos, à medida que a Raízen busca ter 25% desse mercado.
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Money Times: Quais são os planos da BYD no Brasil e qual a importância do país pensando nas ideias de expansão e descarbonização?
Alexandre Baldy: Nós somos uma das empresas mais comprometidas com a descarbonização e com a proteção ambiental. Se você avaliar as matrizes elétricas aqui do Brasil, todas são quase totalmente sustentáveis, com 93% da energia elétrica produzida em 2023 vindo de matrizes sustentáveis e renováveis, certamente com a fabricação no Brasil, teremos ainda mais a demonstração do compromisso da BYD com o meio ambiente na elaboração, fabricação e apresentação de produtos no mercado brasileiro.
Money Times: Como a parceria com a Raizen é importante para a empresa? Novos acordos podem ser costurados?
Alexandre Baldy: Certamente (sobre a possibilidade de novos acordos). A Raízen é hoje a nossa maior parceira na implantação daquilo que é o mais importante para o consumidor brasileiro e para as marcas como a BYD, que é a implementação da infraestrutura. Dessa maneira, temos muita expectativa de que essa parceria continue crescendo, com investimento muito forte de ambas as empresas para que a gente possa demonstrar seriedade e compromisso, que é o desejo do nosso consumidor.
Money Times: Você destacou a ideia da BYD se tornar uma empresa brasileira. Pensando que o Brasil será o grande líder da transição energética, com produtos únicos como o E2G, SAF, hidrogênio verde, biogás, entre outros. A grande montadora nacional, tão sonhada pelos brasileiros, é a BYD?
Alexandre Baldy: Eu acredito muito que a BYD será uma empresa que o brasileiro terá a sensação que ela nasceu aqui, a partir da própria produção e desenvolvimento no país. Temos o compromisso de investir no Centro de Desenvolvimento na Bahia, para que seja um dos mais importantes referenciais do planeta, com a demonstração que a gente possa entender a realidade do mercado global, com a nossa realidade local. Sempre com um compromisso ambiental.
Money Times: Qual a importância da transição no Governo Federal, com o novo mandato do presidente Lula e a aproximação com a China, além de políticas cada vez mais voltadas ao meio ambiente, para a chegada da BYD no Brasil
Alexandre Baldy: Foi fundamental a presença do presidente da República em visita a China para que ele pudesse apresentar ao fundador da BYD a posição do governo brasileiro, em termos de intenção de atrair investimentos estrangeiros com compromissos para a descarbonização. Sendo assim, essa visita e essas reuniões foram fundamentais na decisão da BYD em investir na sua maior planta industrial fora da China no mundo, que fica hoje no Brasil.