Depois de expandirem na renda variável, investidoras partem para renda fixa; confira
Em 2023, o número de brasileiras que investiram em renda variável atingiu a marca do 1 milhão — 1,3 milhão, para sermos mais exatos, segundo os dados da B3.
O número ainda é menor do que o de investidores homens, que somam 3,7 milhões, mas aponta para o maior interesse das mulheres no mundo dos investimentos.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) também já identificou um aumento de investidoras no país: já são dois anos consecutivos que o número de mulheres que afirmam investir aumentou. Foram 33% em 2022 e 35% em 2023.
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Além da renda variável, as mulheres também estão na renda fixa. Segundo um levantamento da Monte Bravo Corretora, divulgado com exclusividade pelo Money Times, 66% das clientes mulheres possuem ativos em renda fixa, contra 59% que estão em renda variável.
“As mulheres ainda são minoria no mercado financeiro. Porém, as pesquisas mostram que essa evolução que tem acontecido ano após ano e, com certeza, reserva um futuro com transformação nesse quesito”, afirma Karen Brandão, líder de time na Monte Bravo.
A executiva destaca que a faixa etária das mulheres que investem tende a ser mais baixa do que a dos homens e relaciona isso à educação e à questão cultural.
“Culturalmente, essas mulheres estão mais atualizadas, e até posso dizer empoderadas, para cuidar das finanças da família, coisa que no passado não era nada comum”, aponta.
Os investimentos preferidos das mulheres
Os dados mostram que, entre os investimentos em geral, os Fundos Imobiliários (FIIs) é o preferido das mulheres (32%). Em seguida, as ações (29%) e o COE – Certificados de Operações Estruturados – (28%), que possui características de renda fixa e renda variável.
“32% das mulheres investem em fundo imobiliário. Isso se dá porque a investidora que tem seu patrimônio já consolidado, já construído acaba se atraindo pelo apelo dos dividendos mensais que os fundos imobiliários pagam”, destaca Karen.
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Os fundos alternativos (27%), fundos de multimercado (24%) e Tesouro Direto (17%) também aparecem como ativos escolhidos por elas.
Já a previdência privada tem a atenção de 18% das investidoras. Mas esse número deve mudar ao longo dos próximos meses. Isso porque, no início do ano, o Tesouro Nacional lançou uma iniciativa para incentivar mulheres a investirem em títulos públicos. Elas terão direito a suporte jurídico e psicológico em caso de violência doméstica e seguro de vida de R$ 15 mil caso invistam no título Educa+.
“Essa diversificação que temos visto aumentar nas carteiras de nossas investidoras é justamente porque cada dia a mais ela tem entendido sobre a gestão de risco da carteira e aquela máxima sobre não concentrar os ovos em uma cesta só”, diz.
*A soma dos números de investidoras em renda fixa e variável, e dos investimentos preferidos entre as mulheres totaliza mais de 100%, uma vez que elas investem em mais de um ativo.