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Investimento estrangeiro direto global cai pela metade no 1º semestre de 2020, diz ONU

27 out 2020, 8:45 - atualizado em 27 out 2020, 8:46
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O investimento estrangeiro direto global recuou a 399 bilhões de dólares uma vez que as multinacionais adiaram os investimentos, mostrou o relatório (Imagem: Reuters/Fayaz Aziz)

O investimento estrangeiro direto global despencou 49% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior e caminha para uma queda de até 40% no ano diante dos temores de uma profunda recessão, informou a Organização das Nações Unidas nesta terça-feira.

O fluxo de investimento estrangeiro direto para as economias da Europa se tornou negativo pela primeira vez na história, caindo a -7 bilhões de dólares de 202 bilhões.

Os fluxos para os Estados Unidos caíram 61%, a 51 bilhões de dólares, disse em relatório a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

O investimento estrangeiro direto global recuou a 399 bilhões de dólares uma vez que as multinacionais adiaram os investimentos, mostrou o relatório.

“Os fluxos globais de investimento estrangeiro direto no primeiro semestre deste ano caíram quase para a metade…Foi mais drástico do que esperávamos para o ano todo”, disse James Zhan, diretor da divisão de investimento e empreendimentos da Unctad em entrevista à imprensa.

A expectativa é que os fluxos caíam 30% a 40% este ano e “moderadamente” em 2021, em 5% a 10%, disse Zhan.

Os dados cobrem fusões e aquisições internacionais, novos projetos de investimento em greenfield e acordos financeiros para projetos.

“Os fluxos globais de investimento estrangeiro direto no primeiro semestre deste ano caíram quase para a metade…Foi mais drástico do que esperávamos para o ano todo”, disse James Zhan (Imagem: REUTERS/Denis Balibouse)

Os países industrializados, que normalmente respondem por cerca de 80% das transações globais, foram os mais atingidos, com os fluxos caindo a 98 bilhões de dólares, nível visto pela última vez em 1994, de acordo com o relatório.

Entre os principais beneficíários em 2019 os fluxos houve quedas mais fortes na Itália, Estados Unidos, Brasil e Austrália. A China contrariou a tendência, disse Zhan.