Gringos vendem parte das ações que compraram, e a culpa não é da política fiscal; entenda
Os investidores estrangeiros venderam uma leva de ações na B3 em mais um dia de setembro. Os gringos chegaram a retirar R$ 221,6 milhões da bolsa de valores brasileira, segundo dados desta sexta-feira (15).
Contudo, a retirada indica um fluxo “normal” de capitais estrangeiros pelo mercado, já que o saldo do mês está positivo em R$ 579 milhões, enquanto o anual está em R$ 11,1 bilhões.
Em entrevista ao Valor Econômico, o diretor de renda variável para a América Latina do Goldman Sachs, Juliano Arruda, afirmou que os estrangeiros podem ver o Brasil como uma janela de oportunidades a curto prazo com as taxas de juros diminuindo e o crescimento acima do esperado pelo mercado.
“Uma das variáveis mais importantes para o retorno de equities [ações] é o diferencial de crescimento, e o debate que temos com investidores agora não é mais sobre política/fiscal, e sim sobre atividade. Se o crescimento continuar surpreendendo para cima, tem bastante espaço para o estrangeiro engajar com a renda variável local, inicialmente com foco nas ações domésticas”, disse.
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Nesta semana, é aguardada a “Super Quarta”, em que os bancos centrais do Brasil e dos EUA vão definir o futuro dos juros nos respectivos países.
Para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 19 e 20 de setembro, economistas esperam que o Banco Central repita a dose de afrouxamento monetário promovida em agosto e cortem a Selic em 0,50 ponto percentual, para 12,75%.
Já em relação ao juro nos Estados Unidos, o consenso é de que o Federal Reserve mantenha o atual patamar entre 5,25% e 5,50%.