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Gringos – finalmente – voltam à B3 e saldo de maio é de R$ 1,1 bilhão; fuga vai cessar?

28 maio 2024, 17:45 - atualizado em 28 maio 2024, 17:13
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Fluxo de capital estrangeiro na B3 caminha para fechar maio no azul, mas totaliza R$ 31,9 bilhões negativos no ano (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Após quatro meses seguidos de queda, o fluxo de capital estrangeiro na B3 caminha para fechar maio no azul. Até sexta-feira (24) da semana passada, no acumulado do mês, os gringos injetaram R$ 1,1 bilhão na bolsa brasileira.

Nos quatro primeiros meses do ano, entretanto, foram retirados R$ 7,9 bilhões, R$ 8,8 bilhões, R$ 5,2 bilhões e R$ 11,1 bilhões, respectivamente. O saldo anual segue negativo, totalizando uma saída de R$ 31,9 bilhões.

O montante é — por muito — o maior desde 2008, quando os estrangeiros retiraram R$ 8,6 bilhões da B3 no ano todo.

O analista da Guide Investimentos, Mateus Haag, destaca que, apesar de um saldo positivo em maio, a fuga dos gringos do Brasil continua, ainda que mais lenta.

“O fim dos resgates dos investidores estrangeiros reflete a estabilização da curva de juros nos Estados Unidos (EUA). Após diversos meses em alta, as taxas pararam de subir, em parte em função de já não haver mais expectativa de corte de juros”, explica.

O Ibovespa vai na contramão do fluxo de capital estrangeiro e, até o pregão da última sexta, acumulava queda de cerca de 1% no mês. O índice teve uma sequência de seis dias consecutivos no vermelho, com as ações da Petrobras (PETR3PETR4) pressionando.

Gringos vão voltar para a B3?

O analista da Guide acredita que uma retomada da entrada de investidores estrangeiros no Brasil depende dos rumos da política monetária dos EUA. “Caso a inflação volte a cair nos próximos meses e renove as expectativas de corte de juros, o fluxo deve ser retomado”, diz.

A queda dos juros na Europa — particularmente, na Zona do Euro e na Inglaterra — também é importante, ressalta Haag.

Outro fator que pode contribuir positivamente nos próximos meses é a recuperação no preço das commodities, uma vez que o Brasil é grande produtor de metais e petróleo. Esse pode ter sido, inclusive, um dos fatores por trás da melhora do fluxo em maio, afirma.

Por outro lado, a deterioração fiscal e a redução nas expectativas de corte da Selic no Brasil podem continuar afugentando os investidores de fora.

Veja o histórico do fluxo de capital estrangeiro

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