Gringos voltam à B3 e compram mais ações; investidores vão debandar de novo? Veja
No último dia 8, dado mais recente divulgado, os investidores estrangeiros deixaram R$ 489,6 milhões na bolsa, sendo o quinto dia consecutivo de compras de ações. O saldo do mês é positivo, em R$ 3,6 bilhões.
No mesmo dia, o principal índice da B3, o Ibovespa, manteve o fôlego e chegou a subir 0,20%, negociado aos 119,5 mil pontos, mas depois virou e fechou em queda.
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Por que os gringos voltaram?
O maior apetite ao risco dos gringos está relacionado a alguns fatores externos importantes, como a manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos e no restante dos países desenvolvidos, e as perspectivas de melhora no cenário mundial.
Em outubro, quando os gringos retiraram quase o mesmo valor da bolsa – R$ 2,8 bilhões –, um dos fatores mais relevantes que os afastaram foi a alta das taxas da Tresuries, que atingiram suas máximas em 16 anos.
Apesar das taxas se manterem altas, o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, acalmou os ânimos do mercado, que voltaram a confiar em uma baixa.
Os gringos podem debandar de novo?
Tudo é possível quando o cenário externo ainda é incerto. Os mercados aguardavam as falas de Powell na quarta e quinta-feira desta semana para desenhar o cenário da próxima reunião que decidirá a taxa de juros para dezembro. No entanto, as expectativas foram frustradas.
Em evento do FMI, realizado junto a outros economistas e banqueiros centrais, Jerome Powell reforçou a ideia de que um aumento de juros na reunião de dezembro não está inteiramente descartada.
O tom usado por Powell deu um chega para lá aos que começavam a acreditar em uma posição mais macia da autarquia diante da política monetária mais restritiva do século: o Fed não quer correr o risco de “fazer de menos” e não hesitará em apertar mais as condições financeiras daqui em diante, mesmo que a contragosto do mercado.
Apesar das entrelinhas mais ameaçadoras do que as lidas na semana passada, a maior parte dos observados do mercado continuam projetando uma manutenção da taxa básica de juros dos Estados Unidos na reunião de dezembro.
*Com Jorge Fofano