Gringos ajudam Ibovespa a renovar máximas (e eles querem mais); entenda
Os investidores estrangeiros compraram mais alguns bilhões de ações na B3 no primeiro dia de dezembro. No último dado divulgado, de sexta-feira (1º), os gringos entraram com R$ 1,1 bilhão na bolsa.
No mesmo dia, o Ibovespa renovou as máximas desde julho de 2021. Referência para a Bolsa brasileira, o índice teve ganhos de 0,67%, a 128.184,91 pontos.
O ânimo veio de um pregão positivo em Wall Street, com a repercussão do mercado com as falas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), sobre a inflação americana.
Os comentários feitos pelo chairman do banco central dos Estados Unidos foram interpretadas como mais “dovish” (suave) por agentes financeiros, o que contribuiu para menor pressão nos Treasuries, revertendo a tendência das taxas futuras de juros no Brasil.
Os investidores agora estão de olho na agenda da semana com uma bateria de dados de mercado de trabalho nos EUA. O primeiro a ser divulgado é o Job Openings and Labor Turnover Survey, mais conhecido como JOLTS. Além disso, nos próximos dias ainda saem o relatório ADP e o payroll.
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Novembro animou, mas não fechará alto como 2022
No ano, o saldo é positivo em R$ 28,2 bilhões, sendo novembro o mês de maior entrada na bolsa com R$ 22,1 bilhões. No entanto, o valor ainda é bem abaixo do obtido em 2022, de R$ 119,8 bilhões, quando atingiu a máxima histórica.
Mesmo com uma eleição no meio do caminho, o saldo de 2022 foi um dos maiores visto desde o início da série histórica em 2008. Este tipo de evento, normalmente, afasta investidores de países emergentes como o Brasil, mas não foi o que aconteceu naquele ano.
Para a Ariane Benedito, economista especialista em mercado de capitais, a entrada de recursos neste período se deu por uma pressão do cenário externo.
“O Brasil acabou ganhando as atenções dos investidores e isso se refletiu como uma questão benigna que a gente acabou ganhando os mercados dentro dos nossos pares (os emergentes). Isso corroborou para que a gente tivesse um fechamento praticamente histórico ali em 2022”, explicou.
O que esperar para o fluxo de capitais estrangeiro em 2024
A preocupação de Benedito agora fica por conta dos países desenvolvidos que não trazem uma certeza ainda aos mercados de que irão iniciar um afrouxamento monetário logo no início do ano que vem.
“Se a gente pegar só em comparação ao ano passado, que tínhamos os riscos principalmente com as eleições, e que não impediram o fluxo positivo, talvez agora sem esses vetores de estresse, a gente seja favorecidos”, disse.
No entanto, a economista ainda ressalta que, para os primeiros meses de 2024, fica a dúvida se a haverá essa continuidade de entradas porque a questão do cenário internacional continua muito incerta.