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Investigações sobre Brumadinho serão concluídas em dias, diz procurador-geral de MG

17 set 2019, 20:28 - atualizado em 18 set 2019, 0:09
O colapso da estrutura liberou mais de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro em comunidades, mata e rios da região, incluindo o importante Paraopeba ( imagem: Ricardo Stuckert)

As investigações em curso sobre o rompimento da barragem de mineração da Vale (VALE3) em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro deste ano, deverão ser concluídas nos próximos dias, afirmou nesta terça-feira o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Antônio Sérgio Tonet.

O colapso da estrutura liberou mais de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro em comunidades, mata e rios da região, incluindo o importante Paraopeba. Mais de 240 pessoas morreram, grande parte de funcionários da própria mineradora.

“O Ministério Público está trabalhando em conjunto com a Policia Civil, Ministério Público Federal, Polícia Federal e tem convicção de que, nos proximos dias, nós entregaremos uma solução, vamos concluir as investigações criminais e apontar à Justiça os culpados”, afirmou Tonet a jornalistas.

A declaração foi feita após o procurador-geral participar de cerimônia para receber, em nome das instituições que trabalham nas investigações, o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho, instaurada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O documento –entregue pelo presidente da ALMG, Agostinho Patrus, e pelo presidente da CPI, Gustavo Valadares– foi aprovado na semana passada. Ele responsabiliza a Vale e pede o indiciamento de 11 de seus dirigentes e funcionários, além de dois auditores da empresa TÜV SÜD.

A CPI afirmou em nota que, após seis meses de investigações, ficou claro que a mineradora sabia dos riscos de a estrutura se romper e, mesmo assim, deixou de adotar as medidas necessárias para evitar a tragédia.

Com mais de 300 páginas, o relatório faz também mais de 100 recomendações a órgãos públicos e empresas, dentre elas sugere a criação de uma instância, na Assembleia de Minas, para monitorar os resultados das investigações e o cumprimento das medidas recomendadas pela comissão.

Procurada nesta terça-feira, a Vale disse que “respeitosamente discorda da sugestão de indiciamento de funcionários e executivos da companhia”.

“A Vale considera fundamental que haja uma conclusão pericial, técnica e científica sobre as causas do rompimento da barragem B1 antes que sejam apontadas responsabilidades”, acrescentou a companhia, que disse também que continuará “colaborando ativamente com todas as autoridades competentes e com órgãos que apuram as circunstâncias do rompimento”.

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