Investidores têm tratado as empresas com grande capitalização como portos-seguros, diz JPMorgan
Não há razão para temer que a alta que impulsionou as ações dos EUA para recordes sucessivos neste ano termine em breve, de acordo com estrategistas do JPMorgan Chase & Co. Na verdade, mais investidores podem aderir ao movimento em breve.
“As condições para uma grande onda vendedora não estão em vigor agora, dado o já baixo posicionamento do investidor, recompras recordes, os amplificadores sistemáticos limitados e sazonalidade positiva de janeiro”, escreveram estrategistas liderados por Dubravko Lakos-Bujas em nota a clientes. “O posicionamento do investidor é muito pessimista — o mercado levou longe demais as narrativas pessimistas de banco central hawkish e quanto à ômicron.”
Enquanto o S&P 500 (SPX) subiu para outro recorde na semana passada, a recuperação tem sido cada vez mais impulsionada por um grupo restrito de empresas com grande capitalização de mercado, que relembra a bolha de ações de tecnologia na virada do século. Com a recuperação econômica após a queda induzida pela pandemia, alguns gestores de fundos alertaram que o próximo estágio do ciclo é uma correção, à medida que bancos centrais e governos diminuem as medidas de estímulo para controlar o aumento da inflação.
Para os estrategistas do JPMorgan, no entanto, a “extrema dispersão do mercado acionário e a concentração recorde em ações” são indicadores abundantes de cautela, não de um selloff iminente. Os investidores têm tratado as empresas com grande capitalização como portos-seguros, ou “pseudo-títulos”, escreveram os estrategistas.
No mínimo, o declínio das empresas menores de seus picos oferece aos investidores pontos de entrada atrativos para ações que se beneficiam da reabertura, como viagens e hospitalidade, bem como energia e e-commerce, à medida que a inflação se normaliza e as preocupações com o Fed hawkish diminuem, disseram os estrategistas.
A perspectiva de alta ecoa a dos estrategistas do Goldman Sachs Group, que também disseram no início deste mês que a desaceleração do rali não aponta para uma baixa acentuada iminente.
“O aumento da concentração não é um indicador confiável para os picos do mercado”, disseram estrategistas do JPMorgan.