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Investidores seguem passos da Argentina após acordo com credores

05 ago 2020, 11:37 - atualizado em 05 ago 2020, 11:37
Alberto Fernándes
O próximo passo do presidente Alberto Fernández é iniciar as negociações para um novo programa do Fundo Monetário Internacional em um cenário preocupante (Imagem: REUTERS/Annegret Hilse)

O histórico acordo de US$ 65 bilhões fechado pela Argentina com credores privados apenas marca a primeira etapa de uma árdua batalha para resgatar a economia em crise e mergulhada em dívidas.

O próximo passo do presidente Alberto Fernández é iniciar as negociações para um novo programa do Fundo Monetário Internacional em um cenário preocupante.

A crise da Argentina se aprofunda em uma recessão pelo terceiro ano e aumento da pobreza, inflação próxima de 45% e multinacionais fugindo do ambiente de negócios cada vez mais difícil do país.

A pandemia também reduz significativamente a margem de manobra do governo: a Argentina está entre os países com maior dificuldade para se recuperar do surto, segundo ranking da Bloomberg Economics de 75 mercados emergentes.

As negociações sobre a dívida de US$ 44 bilhões com o FMI, que ainda é culpado por parte dos argentinos pelo default do país em 2001, quando um resgate patrocinado pelo Fundo entrou em colapso, prometem ser desafiadoras. O governo de Fernández precisará equilibrar a necessidade de traçar um caminho para a sustentabilidade fiscal quando a Argentina não tem acesso ao crédito e navegar pelo ambiente político notoriamente traiçoeiro do país.

“A reestruturação da dívida é um passo positivo, mas está longe de constituir uma solução definitiva para os muitos problemas da Argentina à frente”, disse Martin Rapetti, economista do centro de pesquisa CEDES, em Buenos Aires. “Será muito importante para a Argentina ter um programa do FMI que consiga consenso em todo o espectro político.”