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Investidores PF na Bolsa chegam a 19,4 milhões: Itaú (ITUB4) e outras blue chips podem se beneficiar, diz analista

24 maio 2024, 16:15 - atualizado em 24 maio 2024, 16:24
investidores bolsa
Números de investidores pessoa física na Bolsa chegou a 19,4 milhões em março, segundo dados da B3 (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O número de investidores pessoa física cresceu em 2024, atingindo a marca de 19,4 milhões em março, segundo dados divulgados pela B3. O número representa avanço de 2% no ano e o oitavo mês consecutivo de alta.

Do total, 5,1 milhões de investidores estão na renda variável e 16,3 milhões em renda fixa. Desde 2020, a base de investidores já cresceu mais de 80%.

No balanço do primeiro trimestre de 2024 apresentado pela bolsa, o valor em custódia dos investidores também aumentou ante o mesmo período do ano anterior.

Em renda variável, o valor chegou a R$ 556,5 bilhões, alta de 27%. Já em renda fixa o valor em custódia atingiu a marca de R$ 2,2 trilhões, elevação de 24% se comparado ao período anterior.

A participação da pessoa física no volume do mercado de ações é de 18%. Em 2020, elas representavam 14%.

“O número de pessoas alocando parte de seus recursos em Bolsa mantém uma tendência positiva há meses. É uma gaveta que se abriu dentro do plano orçamentário destinado para renda variável. Assim como gavetas para renda fixa, poupança, fundos entre outros produtos”, afirma Felipe Paiva, diretor de relacionamento com clientes e pessoas físicas da B3.

Selic mais alta vai arrefecer entrada de investidores?

Fernando Bento, sócio e CEO da FMB Investimentos, destaca que a alta de investidores registrada pela B3 se relaciona com a queda da taxa Selic.

“Desde que a Selic atingiu 13,75% e começou a queda, uma parcela dos investidores passaram a ficar mais preocupados com a queda de juros e se preocuparam em diversificar, esperando uma alta na Bolsa”, explica.

No entanto, ele avalia que o cenário pode ficar mais complexo agora, tendo em vista que o Banco Central pode reduzir o ritmo de cortes de juros, mantendo a Selic elevada por um período maior.

“Com isso, talvez esses investidores que passaram para a Bolsa tenham um comportamento diferente, podendo diminuir o passo e esse incremento de novos investidores aqui na Bolsa”, pontua.

Na avaliação de Junior Reginatto, head de renda variável da Nippur Finance, os investidores têm buscado alternativas para compor uma carteira de longo prazo perante o ciclo de queda de juros.

“Em geral, nota-se que os investidores têm buscado alternativas de alocação para uma carteira saudável de longo prazo perante o ciclo de queda de juros. O caminho mais simples é buscar ativos de economia real, como ações e FIIs”, avalia.

  • [Relatório cortesia da Empiricus Research] Estrategista-chefe da casa libera conteúdo com recomendações de investimento e comentários sobre o cenário macro. Veja o que Felipe Miranda tem a dizer sobre Israel-Irã, dólar, juros nos EUA e meta fiscal, clicando AQUI.

Quando se tratam de ações, Reginatto aponta que existem diversas estratégias a serem utilizadas para buscar rentabilidades maiores, porém todas elas envolvem dois pontos: a paciência e o foco no médio/longo prazo.

“Investir em bolsa no Brasil é aprender a conviver com riscos e incertezas, mas o mercado sempre irá premiar aqueles que tiverem paciência, e acredito que algumas pessoas começaram a se dar conta disso”, avalia.

Por esse motivo, avalia que, mesmo com juros ainda altos por mais tempos, há potencial para um aumento na quantidade de CPFs investindo em bolsa diretamente.

Pessoas físicas na B3: veja quem se beneficia

Reginatto aponta que empresas podem se beneficiar com a entrada de novos investidores, algumas de forma direta, outras de forma indireta.

“A própria B3, nossa bolsa de valores, com uma maior quantidade de investidores comprando ou vendendo ações, tende a ter aumento na receita com emolumentos cobrados, pois se trata de uma empresa em que o custo marginal tende a zero. Quanto mais clientes operando, maior sua receita e não necessariamente maior será seu custo”, explica.

Já o analista da FMB explica que normalmente novos investidores gostam de investir em empresas que conhecem, como os bancos e outras blue chips, que são empresas maiores e mais conhecidas.

“Então o banco Itaú, por exemplo, pode ser um beneficiado pela nova entrada de grupo de investidores. Então marginalmente teriam algum benefício os nomes mais conhecidos”, conclui.

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