Internacional

Investidores internacionais ainda estão céticos com Brasil, avalia CEO do BTG

27 fev 2019, 15:29 - atualizado em 27 fev 2019, 15:34
CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti. Crédito: Raul Junior

Investing.com – O capital internacional ainda está cauteloso em relação ao andamento da reforma da Previdência do governo Bolsonaro e aguarda a tramitação para aportar recursos no Brasil. “Voltei de um road show nos EUA e todos perguntam do Brasil. Os investidores já aumentaram a exposição, mas ainda estão céticos”, afirmou o CEO do BTG Pactual (BPAC11),

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Apesar de ainda cautelosos, o cenário já melhorou, contou o executivo. “Os investidores internacionais estão impressionados com o discurso e diagnóstico alinhados”, disse Sallouti sobre os participantes do evento com executivos organizado pelo banco em São Paulo, que contou com a participação de políticos como Rodrigo Maia e Onyx Lorenzoni, além de governadores recém empossados como João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) e presidente de estatais.

Para o executivo, a decisão de investimento depende exclusivamente da aprovação de uma reforma da Previdência com impacto, não menor que R$ 800 bilhões. O ceticismo do investidor internacional ocorre após anos de recessão e promessas frustradas de aprovação da reforma da Previdência no governo Dilma Rousseff e, a seguir, no governo Michel Temer, que foi afundada pelo vazamento da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista – evento batizado pelo mercado como Joesley Day, no 18 de maio de 2017, quando o Ibovespa afundou mais de 10% e teve circuit break ativado.

Selic em queda

A combinação da aprovação da reforma da Previdência e com a fraqueza da economia neste início de 2019 abre espaço para novos cortes de juros no Brasil, avalia Sallouti. “A economia está mais fraca do que esperávamos”, contou. “Não me surpreenderia em ver os juros caindo se passar a reforma”.

Os dados do mercado de trabalho divulgados hoje pelo IBGE corroboram com a avaliação de fraqueza da economia brasileira do executivo. A taxa de desemprego, mensurada pela PNAD Contínua, subiu de 11,6% para 12% no trimestre encerrado em janeiro, patamar acima do consenso do mercado de 11,9%. Apesar de janeiro ser comum o aumento da taxa de desocupação, o IBGE avalia que os dados foram piores em relação ao mesmo mês de 2018 e 2017.

A avaliação de retomada lenta da economia após dois anos de queda do PIB (2015-16) também está no cenário-base do Banco Central para decisão da taxa básica de juros. Entretanto, os diretores da autoridade monetária consideram que o risco de aumento da inflação é maior devido a riscos provenientes do exterior e a frustração de a reforma da Previdência não ser aprovada.

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