Investidores em tokens do Telegram pensam em aceitar oferta de reembolso
Dizem que alguns investidores no projeto de blockchain da rede Telegram, a Telegram Open Network (TON), estão prontos para pegarem seu dinheiro de volta.
“O que percebo entre diversos investidores é que muitos — pelo menos 10 com os quais eu converso — estão dispostos a retirar 72% dos fundos de investimento”, contou Yakov Barinsky, CEO da empresa russa de investimento em cripto Hash CIB, à agência de notícias local TASS.
“Considerando o atual cenário dos mercados financeiros, essa oferta parece muito melhor agora do que em outubro”, afirmou ele.
Em outubro, investidores em TON tiveram a opção de obter 77% de reembolso. Porém, na época, eles não pediram por reembolso e concordaram em adiar o lançamento da rede para o dia 30 de abril de 2020.
Pavel Durov, fundador do Telegram, informou aos investidores que, de outubro a abril, apenas 72% da quantia investida seria reembolsada, enquanto os 5% restantes seriam usados para o processo de desenvolvimento nos últimos meses.
Telegram está em uma batalha judicial com a SEC, Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, desde outubro. A agência governamental processou o Telegram por realizar uma venda “ilegal” de “valores mobiliários digitais chamados GRAM”.
No início desta semana, um juiz federal de Nova York entrou com um pedido de liminar, declarando que a distribuição dos tokens GRAM viola as leis de valores mobiliários dos EUA.
Embora uma liminar não seja uma ordem final, é provável que o tribunal também entre com um processo judicial, conforme Stephen Palley noticiou no The Block na época.
Ele afirmou que, provavelmente, o Telegram recorrerá ao Segundo Circuito de Cortes de Apelação dos Estados Unidos, mas pode não obter sucesso.
Barinsky contou ao TASS que a equipe de Durov poderia registrar uma transação, reconhecendo que o GRAM é um valor mobiliário.
“Nesse caso, o lançamento do projeto será adiado para outro período, empresas geralmente se preparam para realizar um IPO durante, pelo menos”, um ano, afirmou Barinsky, acrescentando que era “praticamente impossível” fazer isso antes do dia 30 de abril de 2020.
“Para esse cenário, também será necessário realizar outra consulta com investidores e pedir, novamente, por uma prorrogação no lançamento da rede.”
Outra opção possível seria a remoção dos investidores dos EUA do projeto, de acordo com Barinsky, mas “isso pode resultar em um processo judicial de outros investidores”.