Investidores digerem decisão unânime de manter Selic em 10,50%; o que esperar do Ibovespa (IBOV)
As projeções do mercado estavam certas: o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic no patamar de 10,50% ao ano.
Com isso, o Banco Central interrompeu o ciclo de flexibilização da política monetária, iniciado em agosto de 2023, após sete reduções seguidas. No entanto, o que pegou todo mundo de surpresa — no bom sentido — foi a informação de que a decisão foi unânime.
Ou seja, até os diretores indicados pelo governo concordam que o cenário econômico não está dos mais vantajosos para juros baixos. Vale lembrar que na reunião de maio houve um racha no Comitê, no qual os quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva votaram por um corte de 0,50 ponto percentual contra cinco votos por um reajuste de 0,25 pp.
- Como a decisão da taxa Selic pode impactar os seus investimentos? O economista Sergio Vale explica como comunicado do Copom poderá mexer com o mercado nesta edição especial do Giro do Mercado; salve o link da transmissão.
Na visão dos analistas, isso mostra que o Banco Central não cede às pressões políticas e que as decisões tomadas foram técnicas. Na véspera do Copom, Lula não mediu palavras na hora de criticar a política monetária do BC e fritou publicamente o presidente Roberto Campos Neto.
Campos Neto deixa o cargo no final de dezembro e Lula ainda não disse quem pode entrar no lugar. Até então, as apostas apontavam para Gabriel Galípolo, diretor de política monetária; mas após Lula dizer que o presidente do BC precisa ser alguém com experiência, novos nomes entraram na roda, como Luiz Awazu, Guido Mantega e Aloizio Mercadante.
No último pregão, Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 0,53%, aos 120.261,34 pontos. O principal índice da bolsa brasileira até ameaçou perder os 119 mil pontos com a abertura da curva de juros brasileira ao longo da sessão, mas ganhou fôlego na última hora da sessão com bancos e exportadoras.
Com a Selic em 10,50% e a agenda esvaziada, o EWZ, principal ETF de ações brasileiras negociado no mercado americano, avança nesta manhã, subindo 1,33%.
O que esperar de Wall Street
O mercado dos Estados Unidos volta a operar nesta quinta-feira, após o feriado de Juneteenth, com dados de auxílio-desemprego, dados de petróleo e falas de dois dirigentes de Federal Reserve no radar.
Além disso, durante a madrugada, o Banco do Povo da China (PBoC) manteve as principais taxas de juros inalteradas. A taxa de juros de referência para empréstimos (LPR) de 1 ano segue em 3,45%, enquanto a de 5 anos permanece em 3,95%.
O Banco da Inglaterra também divulga a sua política monetária. As bolsas asiáticas fecharam mistas, enquanto o mercado europeu e futuros de Wall Street operam no positivo.
Morning Times: Confira os mercados na manhã desta quinta-feira (20)
Bolsas asiáticas
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- Tóquio/Nikkei: +0,16%
- Hong Kong/Hang Seng: -0,52%
- China/Xangai: -0,42%
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Bolsas europeias (mercado aberto)
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- Londres/FTSE100: +0,15%
- Frankfurt/DAX: +0,66%
- Paris/CAC 40: +0,92%
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Wall Street (mercado futuro)
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- Nasdaq: +0,64%
- S&P 500: +0,40%
- Dow Jones: 0,10%
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Commodities
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- Petróleo/Brent: 0,26%, a US$ 85,29 o barril
- Petróleo/WTI: +0,06%, a US$ 80,76 o barril
- Minério de ferro (Dalian): -0,36%, a US$ 113,56 por tonelada
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Criptomoedas
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- Bitcoin (BTC): +0,40%%, a US$ 65.746
- Ethereum (ETH): +0,60%, a US$ 3.580
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Boa quinta-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!