Economia

Investidores destacam obstáculos para acordo de alívio da dívida

05 maio 2020, 9:33 - atualizado em 05 maio 2020, 9:33
As limitações legais e financeiras provavelmente obrigarão investidores a renunciar aos pagamentos das dívidas caso a caso, disse o Instituto de Finanças Internacionais (IFI) (Imagem: Pixabay)

Credores privados expuseram os problemas que deverão ser resolvidos para que apoiem o plano de alívio da dívida de países mais pobres que combatem a pandemia de coronavírus.

As limitações legais e financeiras provavelmente obrigarão investidores a renunciar aos pagamentos das dívidas caso a caso, disse o Instituto de Finanças Internacionais (IFI) em carta aos líderes do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e do Clube de Paris.

A carta foi publicada após o IFI, um grupo de instituições financeiras, ter coordenado discussões sobre o alívio da dívida para mercados emergentes com mais de 100 empresas que administram quase US$ 45 trilhões em ativos.

“Muitos terão obrigações fiduciárias com seus próprios clientes, e as obrigações contratuais relacionadas a empréstimos específicos e veículos de investimento são frequentemente complexas”, afirma a carta.

“Da mesma forma, existem muitos emissores soberanos diferentes incluídos na iniciativa, e suas respectivas posições são únicas. Qualquer abordagem eficaz para a participação voluntária de credores/bancos deve levar isso em conta.”

A iniciativa faz parte de um plano mais amplo para ajudar os países mais pobres. O G-20 concordou em suspender os pagamentos do serviço da dívida desses países até o final do ano, enquanto o FMI libera fundos e trabalha para sustentar as finanças desses países em meio à paralisação das economias pelo vírus.

Embora credores privados tenham se comprometido a continuar as discussões, citaram uma série de obstáculos para fechar um acordo sobre o alívio, como a manutenção do acesso ao mercado dos países para financiamentos futuros e a prevenção de efeitos indiretos nas notas de crédito soberano e uma onda de inadimplência.

A iniciativa será aplicada a empréstimos soberanos e títulos de dívida emitidos em moeda estrangeira. A dívida local, bem como transações com bancos centrais, estarão fora do escopo.

“As discussões com credores privados e outros investidores internacionais indicam uma ampla vontade de apoiar os objetivos desta iniciativa, sujeita a uma maior clareza sobre as principais questões”, afirmou o IFI.